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Pílula do dia seguinte não provoca aborto
FLÁVIA MANTOVANI
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO
Ela chegou ao Brasil bem depois do anticoncepcional comum: data de julho de 1999 a
aprovação do primeiro medicamento para contracepção de
emergência, a popular pílula do
dia seguinte. Mas, mesmo antes
disso, a ideia de evitar a gestação depois da ocorrência da relação sexual já era praticada
quando as mulheres tomavam
várias pílulas regulares de uma
vez, o que provocava fortes
efeitos colaterais, como náuseas e vômitos.
Esse tipo de pílula, composto
só de uma substância similar à
progesterona e apresentado na
forma de um ou dois comprimidos, tem vários mecanismos de
ação: o principal deles é impedir o processo de ovulação
quando ele ainda não ocorreu.
O remédio pode, também, atrasar a chegada do óvulo, tornando seu transporte nas trompas
mais lento, entre outras coisas.
Apesar da polêmica que envolve seu uso, o ginecologista
Luciano Melo Pompei, membro da diretoria da Febrasgo
(Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), garante que ela não é
abortiva. "Não basta haver fecundação para que ocorra a
gravidez. No meio científico, só
consideramos que há gestação
a partir do momento em que
existe a nidação [quando o embrião adere ao útero]. Essas pílulas agem antes da nidação e
jamais provocam a perda do
embrião se ele já tiver aderido."
O médico lembra que elas só
devem ser utilizadas em situações de emergência, e não indiscriminadamente. "Além de
sua eficácia não ser a mesma da
pílula comum, pode levar a irregularidades menstruais."
Quanto antes ela for tomada,
melhor é o seu efeito -a recomendação dos médicos é que
seja ingerida até 72 horas depois da relação sexual.
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