São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010
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Pílula do dia seguinte não provoca aborto

FLÁVIA MANTOVANI
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO

Ela chegou ao Brasil bem depois do anticoncepcional comum: data de julho de 1999 a aprovação do primeiro medicamento para contracepção de emergência, a popular pílula do dia seguinte. Mas, mesmo antes disso, a ideia de evitar a gestação depois da ocorrência da relação sexual já era praticada quando as mulheres tomavam várias pílulas regulares de uma vez, o que provocava fortes efeitos colaterais, como náuseas e vômitos.
Esse tipo de pílula, composto só de uma substância similar à progesterona e apresentado na forma de um ou dois comprimidos, tem vários mecanismos de ação: o principal deles é impedir o processo de ovulação quando ele ainda não ocorreu. O remédio pode, também, atrasar a chegada do óvulo, tornando seu transporte nas trompas mais lento, entre outras coisas.
Apesar da polêmica que envolve seu uso, o ginecologista Luciano Melo Pompei, membro da diretoria da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), garante que ela não é abortiva. "Não basta haver fecundação para que ocorra a gravidez. No meio científico, só consideramos que há gestação a partir do momento em que existe a nidação [quando o embrião adere ao útero]. Essas pílulas agem antes da nidação e jamais provocam a perda do embrião se ele já tiver aderido."
O médico lembra que elas só devem ser utilizadas em situações de emergência, e não indiscriminadamente. "Além de sua eficácia não ser a mesma da pílula comum, pode levar a irregularidades menstruais."
Quanto antes ela for tomada, melhor é o seu efeito -a recomendação dos médicos é que seja ingerida até 72 horas depois da relação sexual.


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