São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009
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Poucas e boas

Ver TV pode ter relação com atraso na cognição

Raia/Shutterstock
TELESPECTADOR PRECOCE
Crianças e adultos conversam menos quando a televisão está ligada, diz estudo


Um novo estudo, realizado nos Estados Unidos, pode ajudar a explicar a associação entre exposição a programas de televisão na infância e o atraso no desenvolvimento da linguagem e na cognição.
Desenvolvida pelo professor de pediatria da faculdade de medicina da Universidade de Washington Dimitri A. Christakis, a pesquisa acompanhou 329 crianças de dois meses a quatro anos de idade e concluiu que tanto elas quanto os adultos responsáveis por elas conversaram menos e usaram menos palavras enquanto a televisão permaneceu ligada.
O pesquisador acredita que esses resultados possam explicar os atrasos na atenção e na cognição das crianças, já que se sabe que o desenvolvimento da linguagem é um componente crítico do desenvolvimento cerebral no início da infância.
As crianças usaram gravadores do tamanho de um cartão de visitas que captaram tudo o que elas disseram e ouviram em períodos contínuos de 12 a 16 horas em alguns dias do mês, ao longo de mais de dois anos.
Um software foi usado para processar as gravações e analisar os sons a que as crianças foram expostas no ambiente doméstico.
Cada hora na presença de uma TV audível foi associada a reduções significativas na vocalização das crianças, na duração das falas e nos períodos de conversa.
Em média, cada hora de televisão foi associada também a um decréscimo de 770 palavras que as crianças ouviram de um adulto, um declínio de 7%. O estudo descobriu que os adultos praticamente eliminaram suas falas nas ocasiões em que as crianças podiam ouvir a TV.
As gravações não distinguiram entre sons de televisão em primeiro plano ou ao fundo, e nenhuma avaliação foi feita sobre se as crianças ou os adultos estavam assistindo ativamente à televisão ou se seus sons estavam somente audíveis no ambiente.

Atividades para jovens obesas
Durante todo o mês de junho, adolescentes obesas, entre 13 e 17 anos de idade, podem se inscrever no Papo (Programa de Atividade para o Paciente Obeso). Ao longo de quatro meses, as adolescentes participarão de atividades coletivas realizadas três vezes por semana na Unifesp e, após esse período, passarão para o atendimento individual mensal. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 0/xx/11/ 5576-4360, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. A próxima turma inicia as atividades no mês de agosto.

Síndrome alimentar noturna
O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo está à procura de homens e mulheres com idades entre 18 e 50 anos que sejam portadores de síndrome alimentar noturna para participar de um grupo de tratamento e estudo do problema. O programa inclui avaliação médica e exame polissonográfico. Para participar, os voluntários devem apresentar uma alimentação normal ao longo do dia e episódios de exagero alimentar depois das 19h, com despertares no decorrer do período de sono para comer. Interessados em fazer parte do estudo podem agendar a entrevista pelo telefone 0/xx/11/ 3069-6975.

Maus tratos a idosos em urgências
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP avaliou o atendimento a idosos em uma unidade pública de saúde de São Paulo e concluiu que essas pessoas são vulneráveis ao mau atendimento por uma parte dos servidores. Ao analisar a percepção de 16 profissionais de um serviço de emergência, a pesquisa mostrou que eles identificaram seis situações que prejudicam o atendimento aos mais velhos: peregrinação a vários lugares devido à desinformação; falta de escuta e de tempo para o usuário; frieza, rispidez, falta de atendimento e negligência; maus tratos motivados por discriminação; detrimento de suas necessidades e direitos; proibição ou obrigatoriedade de acompanhantes.


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