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coluna social
ONG tira crianças da rua e "joga" no mar
Leonardo Rodrigues, 13,
que já abocanhou a taça
de Campeão Estadual
Estreante, é um dos minivelejadores que têm levado vários
prêmios importantes nos últimos anos para orgulho de seus
treinadores: ninguém menos
do que os irmãos Grael, supercampeões olímpicos. O lobinho
do mar é um dos 3.500 velejadores formados pelo Projeto
Grael, projeto social criado pelo
recordista brasileiro de medalhas olímpicas e pentacampeão
da vela Torben Grael, 41, pelo
campeão olímpico Lars Grael,
36, por Axel Grael, 43, e por
Marcelo Ferreira, 33, que faz
dupla com Torben.
Há quatro anos, o projeto tira
a garotada da rua e "joga" na
água em Niterói, no Rio de Janeiro. "Sempre fui inconformado em praticar um esporte dito
de elite. Um fim social vem sendo atendido com esse projeto ao
levar o conhecimento da cultura
náutica para quem nunca teve
acesso a ele", diz Lars Grael. As
crianças saem do projeto prontas para trabalhar como marinheiros em barcos de pesca e de
recreio.
Embora o objetivo principal
não seja formar atletas, os alunos com melhor desempenho
são encaminhados para a equipe de competição do projeto e
para clubes náuticos.
Para participar do projeto, os
meninos e meninas devem ter
de nove a 14 anos e estar matriculados numa escola pública.
Logo de cara avalia-se se sabem
nadar. Como a maioria não arrisca nem o nado cachorrinho, o
projeto criou uma escolinha de
natação. Quando estão craques
nas braçadas, os alunos são promovidos para o curso básico de
vela. Após quatro meses de aulas teóricas e práticas, a garotada
sai fera na arte de dar nós de marinheiro, de conhecer a posição
do vento e de montar, velejar e
desvirar o barco Optmist, projetado para crianças. "Esse aprendizado gera autoconfiança. É
um esporte de decisão, estratégico, é ele e o mar", diz Axel
Grael.
Quem vai bem passa para o estágio avançado e sai com carteira de veleiro amador dada pela
Capitânia dos Portos, a primeira
habilitação que uma criança pode tirar.
Além de aprender a velejar e a
cuidar de um barco, os pimpolhos aprendem noções de primeiros socorros e de resgate, a
pescar com linha, rede e tarrafa
e a cozinhar. E ecologia é inerente ao curso: "Fazemos caminhadas para catar lixo e, quando
pescamos um peixinho pequeno que não serve para comer,
ensinamos a soltá-lo", diz a professora de vela Cintia Knoth.
"Eles aprendem a interpretar a
natureza, os ventos, as nuvens, e
transferem essas informações
para a vida", diz Axel Grael.
"Perdi todos os meus medos.
Tinha muito medo de velejar,
depois fui até para o campeonato estadual no ano passado", diz
Luciana Oliveira, 13, há quatro
anos no projeto.
Projeto Grael Niterói: tel. 0/xx/21/
2610-4651
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