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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003
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poucas e boas

Medicamento inibe a vontade de beber

LILIANA FRAZÃO
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO

Uma substância que tem se mostrado eficaz no tratamento do alcoolismo será testada no Brasil. O topiramato reduz a vontade de consumir álcool, auxiliando o paciente a se manter sóbrio sem sofrer os efeitos colaterais da abstinência.
Pesquisa realizada nos Estados Unidos e publicada recentemente na revista científica "Lancet" indica que o uso desse medicamento dobra as possibilidades de abstinência, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Abead (Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas) e coordenador da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas), da Unifesp.
O estudo americano envolveu 150 pessoas de ambos os sexos, dependentes de álcool. Metade dos voluntários foram medicados com topiramato durante 12 semanas. Os demais tomaram placebo. Além disso, todos participaram de sessões semanais de terapia comportamental. No final do tratamento, observou-se que o topiramato elevou o percentual de dias de abstinência e reduziu a quantidade de álcool consumida no período.
Lançado no Brasil na década de 90, o topiramato é utilizado por pacientes com epilepsia ou transtorno bipolar, distúrbio antes conhecido como psicose maníaco-depressiva. Seu emprego no tratamento da dependência do álcool é recente.
"Nos últimos dez anos, uma linha consistente de pesquisas tem demonstrado a eficácia dos medicamentos no tratamento do alcoolismo, e o topiramato é uma das opções disponíveis", afirma Laranjeira. Segundo ele, o consumo de álcool afeta vários neurotransmissores e provoca alterações químicas no cérebro. Medicamentos como o topiramato ajudam a reduzir esses efeitos do álcool, agindo sobre os neurotransmissores e diminuindo a vontade de beber.
Estima-se que o alcoolismo afete de 10% a 20% da população brasileira. Laranjeira coordenará o estudo nacional sobre o topiramato. A pesquisa será feita com 700 dependentes de álcool, distribuídos em dez centros de tratamento localizados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.

Três em cada dez cirurgias plásticas estéticas feitas no Brasil são para aumentar ou reduzir os seios

Melancolia canadense Nos últimos dez anos, o Canadá tem sido um dos líderes em qualidade de vida no ranking da ONU. Pesquisa com cerca de 37 mil pessoas, porém, sugere que muitos canadenses acham que é depressivo viver naquele país. No estudo, feito pelo governo do Canadá, um em cada dez canadenses afirmou ter problemas com álcool ou drogas ou sofrer de distúrbios psiquiátricos.

Casamento dolorido Em casos de dor crônica -causada por problemas de coluna e artrite, por exemplo-, as queixas de incapacidade física e dor são mais frequentes entre homens casados com mulheres muito solícitas, que se oferecem continuamente para fazer tarefas por eles. A conclusão é de pesquisa da Universidade da Flórida (EUA) com 114 mulheres e 213 homens que sofrem de dor crônica.

Dentes em perigo Dentistas da Universidade de Iowa (EUA) confirmaram o que o senso comum sempre sugeriu: o consumo de refrigerantes prejudica a dentição infantil. Após acompanharem, desde o nascimento, 640 crianças hoje com idade entre quatro e sete anos, eles concluíram que, quanto maior o consumo de refrigerantes, maior também é a quantidade de cáries.

Más lembranças Pensamentos negativos podem afetar o sistema imunológico. Na Universidade de Wisconsin (EUA), 52 voluntárias lembraram suas piores experiências enquanto a atividade cerebral no córtex pré-frontal era monitorada. Em seguida, foram vacinadas contra gripe. Após seis meses, o número de anticorpos contra gripe era menor entre aquelas cuja atividade cerebral havia sido maior.

Hormônio e obesidade Uma descoberta britânica poderá mudar o tratamento da obesidade no futuro. Estudo do Imperial College, em Londres, constatou que injeções de PYY3-36 reduzem o apetite. Liberado pelo corpo após as refeições, esse hormônio informa ao cérebro que a pessoa comeu o suficiente.


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