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INGREDIENTE
Cranberry previne infecção urinária em mulheres
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A tradução de cranberry para o português é um bom indicador do grau de familiaridade que os brasileiros
têm com a fruta: praticamente
nenhum. Quem já ouviu falar
de oxicoco, afinal?
Embora sucos de cranberry
prontos para beber tenham invadido as prateleiras de algumas redes de supermercados
nos últimos anos, a fruta fresca
continua rara nesses trópicos.
O importante é que mesmo
seu suco industrializado contém antioxidantes e é indicado
para prevenir infecções urinárias. Nesta semana, um estudo
divulgado pela Universidade
Harvard ressaltou as evidências científicas dos efeitos benéficos da fruta.
No trabalho, realizado por
uma equipe da Cochrane Collaboration (rede dedicada à revisão de intervenções na área da
saúde), foram avaliados dez estudos, envolvendo um total de
1.049 participantes. O resultado mostrou que o consumo diário de produtos à base de cranberry, ao longo de um ano, reduzia a incidência de infecções
urinárias em 35%. O efeito foi
ainda maior em mulheres que
sofrem freqüentemente desse
problema, com três ou mais infecções urinárias por ano -nelas, a redução foi de 39%.
Não foi identificada, porém,
qual a quantidade de cranberry
que deve ser consumida para
um resultado efetivo.
Segundo Luis Seabra Rios,
chefe do departamento de urologia feminina da Sociedade
Brasileira de Urologia, pesquisas mostram que alguns dos
componentes da fruta evitam a
adesão das bactérias à parede
da bexiga. A indicação geral,
diz, é de um copo de suco de
cranberry pela manhã e outro
copo à noite.
Nos Estados Unidos, de onde
a fruta é nativa, os consumidores têm uma gama maior de opções, como frutas secas, molhos
prontos e sucos, além de cápsulas. Na culinária local, a importância do ingrediente ultrapassa as fronteiras do sabor e ganha viés simbólico no Dia de
Ação de Graças, na forma de
molho para acompanhar o tradicional peru servido na data.
De acordo com o site da organização sem fins lucrativos
"The Cranberry Institute"
(www.cranberryinstitute.org), as frutinhas, que parecem com a cereja, mas de cor
mais viva, começaram a ser
cultivadas em escala comercial
em 1816. A maior parte da colheita é realizada entre setembro e outubro, mas até dezembro a fruta marca presença nos
mercados norte-americanos.
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