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Como o lúdico muda com a idade da criança
O bebê, logo que começa a desenvolver seus
sentidos, estabelece um contato com a mãe
que pode ser considerado seu primeiro ato de
brincar. "Desde cedo, o homem estabelece
uma forma lúdica de interagir com o mundo.
E o corpo da mãe assume a função de um
brinquedo", diz Cristina Von, publicitária
que lançou, em 2001, o livro "A História do
Brinquedo".
Nos primeiros anos de vida, o objetivo é
imitar os adultos. "A criança, quando pega a
colher e faz o movimento de levar o alimento
à boca, está tentando compreender o universo dos pais", diz Gildo Volpato, especializado
em teoria e prática pedagógica e autor de "Jogo, Brincadeira e Brinquedo", lançado em
abril deste ano pela editora Cidade Futura.
Quando não é mais um desafio agir de brincadeira como os adultos agem no dia-a-dia, a
criança transforma a função dos objetos: a
colher vira caminhão, e a caneta vira trem,
por exemplo. Depois, quando a criança amplia as relações sociais -vai ao supermercado, à escola, à casa da tia-, envolve outras
crianças (ou cria amigos imaginários) para
reproduzir esse universo social. Daí o telefone
não é mais um qualquer, mas o do escritório.
Finalmente, a criança passa a discutir papéis: um será o bombeiro, o outro, o piloto de
helicóptero. "Então, surgem as regras. Se a
criança vai ser professora, precisa agir como
tal, e isso a aproxima da vida social", diz Volpato.
(ANTONIO ARRUDA)
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