São Paulo, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002
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Como o lúdico muda com a idade da criança

O bebê, logo que começa a desenvolver seus sentidos, estabelece um contato com a mãe que pode ser considerado seu primeiro ato de brincar. "Desde cedo, o homem estabelece uma forma lúdica de interagir com o mundo. E o corpo da mãe assume a função de um brinquedo", diz Cristina Von, publicitária que lançou, em 2001, o livro "A História do Brinquedo".
Nos primeiros anos de vida, o objetivo é imitar os adultos. "A criança, quando pega a colher e faz o movimento de levar o alimento à boca, está tentando compreender o universo dos pais", diz Gildo Volpato, especializado em teoria e prática pedagógica e autor de "Jogo, Brincadeira e Brinquedo", lançado em abril deste ano pela editora Cidade Futura.
Quando não é mais um desafio agir de brincadeira como os adultos agem no dia-a-dia, a criança transforma a função dos objetos: a colher vira caminhão, e a caneta vira trem, por exemplo. Depois, quando a criança amplia as relações sociais -vai ao supermercado, à escola, à casa da tia-, envolve outras crianças (ou cria amigos imaginários) para reproduzir esse universo social. Daí o telefone não é mais um qualquer, mas o do escritório.
Finalmente, a criança passa a discutir papéis: um será o bombeiro, o outro, o piloto de helicóptero. "Então, surgem as regras. Se a criança vai ser professora, precisa agir como tal, e isso a aproxima da vida social", diz Volpato. (ANTONIO ARRUDA)


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