São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000
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firme e forte

Afogue o estresse e as tensões na piscina

KARINA KLINGER
DA REPORTAGEM LOCAL

Massagem, água quente e alongamento. A combinação perfeita desse trio pode ser desfrutada na jahara, na water dance, no watsu ou na healing dance. Os nomes podem soar estranhos, mas a sensação de paz e tranquilidade encontrada nessas sessões de relaxamento lembra a vida uterina, garantem os terapeutas. Embora sejam inspiradas no zen-shiatsu, técnica japonesa milenar de massagem que se fundamenta na pressão dos dedos e cotovelos em pontos de tensão do corpo, essas quatro atividades não dão prioridade ao toque do terapeuta, mas à liberdade de movimento e às torções realizadas dentro da água. As sessões, sempre individuais, costumam ser indicadas em casos de depressão, estresse, insônia e problemas musculares.
Antes de se jogar na piscina, porém, é necessário consultar um médico e conferir o diagnóstico. "As aulas são tranquilas e não causam danos. São boas técnicas de relaxamento", explica Fátima Caromano, professora de hidroterapia da USP. Mas ela alerta: os benefícios físicos são limitados. "Os exercícios não produzem um alongamento efetivo, pois não há um ponto de fixação." Não é preciso saber nadar para encarar qualquer uma dessas massagens. Funcionam como uma ginástica passiva: o terapeuta guia e sustenta os movimentos. "Para entender melhor o que o watsu significa é preciso compreender o conceito de aconchego", afirma o professor de educação física Rodrigo Isaac. Existe uma relação bem próxima entre terapeuta e paciente, que, em certos momentos, é carregado no colo e embalado como se fosse um bebê. "O ambiente deve ser calmo e quieto; o paciente só precisa fechar os olhos e relaxar", explica o terapeuta Alexandre Pinkalsky, que trabalha com watsu, healing dance e water dance. A healing dance difere do watsu por dar mais liberdade ao paciente, que não fica tão próximo do terapeuta. "Para facilitar os movimentos, em algumas sessões, usamos pequenos flutuadores de água, especialmente quando a pessoa tem uma densidade óssea maior ou uma musculatura bem desenvolvida", afirma Pinkalsky. Os flutuadores são comuns também nas sessões de jahara. "Eles nos ajudam a manipular melhor pessoas acima do peso e deficientes", explica a terapeuta Cássia Mortimer. Criada pelo professor Mario Jahara, essa técnica desenvolve a consciência corporal e trabalha principalmente a região lombar do corpo. Em vez de flutuar, na water dance a pessoa fica submersa na água. Por isso, essa atividade é indicada para quem já está mais acostumado a se exercitar ou relaxar na água. Com a prática, o paciente consegue ficar até 3 minutos submerso sem respirar. "Não é pelo fôlego, mas por um mecanismo chamado reflexo do mergulho, que reduz o ritmo metabólico. A submersão deve ser prazerosa, e não um teste de resistência", diz Pinkalsky. Todas essas atividades são pouco conhecidas no Brasil. O watsu, por exemplo, chegou ao país há menos de dez anos. No Rio de Janeiro, as sessões são mais populares e baratas. Já em São Paulo, há poucos lugares que oferecem as massagens. O preço salgado das sessões, que varia de R$ 40 a R$ 70, acaba intimidando. Os profissionais da área justificam esses valores afirmando que existem poucas pessoas que dominam as técnicas e que o custo de manter uma piscina aquecida é alto.



Aulas Watsu, healing e water dance:Takeda (tel. 0/xx/ 11/ 3872-9088); Projeto Acqua (tel. 0/ xx/11/ 3849-0522); Alexandre Pinkalsky (tel. 0/ xx/11/ 9941-8494) e Academia Estilo (tel. 0/xx/ 21/567-8440)
Jahara: Júlia de Souza (tel. 0/ xx/ 19/242-8461), Crescer/Núcleo de Terapias (tel. 0/ xx/ 21/ 204-0035) e Oca/Oficina do Corpo e da Alma (tel. 0/ xx/ 21/ 493-0182).




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