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Poucas e boas
Carga de trabalho reflete no desempenho escolar
Uma dissertação de mestrado da USP (Universidade de São Paulo) esmiuçou
uma impressão geral: crianças e adolescentes que trabalham mais de duas horas por
dia apresentam queda de
rendimento escolar. E cada
hora trabalhada, a partir dessas duas, se traduz em um
desempenho ainda pior.
Para concluir isso, o economista Márcio Eduardo Bezerra, autor da dissertação,
utilizou dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep)
sobre 300 mil alunos da 4ª e
da 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio de escolas públicas
e privadas. Os dados abrangem desempenhos em provas de português e matemática, situação socioeconômica e aspectos da prática de
trabalho infantil. A partir deles, Bezerra criou um modelo
estatístico.
Entre os estudantes que
trabalham no próprio domicílio há queda de rendimento
menos acentuada: foram de
6 a 9 pontos perdidos na variável "desempenho escolar", contra 12 pontos dos estudantes que trabalham fora.
Mas o pior desempenho foi
de alunos com jornada nos
dois ambientes e superior a
sete horas por dia -caso, geralmente, dos matriculados
no ensino médio.
Segundo dados de 2003 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
8,1% dos brasileiros de 7 a 15
anos estudam e trabalham. O
índice é considerado alto,
mas vem diminuindo.
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