São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2006
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Poucas e boas

Carga de trabalho reflete no desempenho escolar

Uma dissertação de mestrado da USP (Universidade de São Paulo) esmiuçou uma impressão geral: crianças e adolescentes que trabalham mais de duas horas por dia apresentam queda de rendimento escolar. E cada hora trabalhada, a partir dessas duas, se traduz em um desempenho ainda pior.
Para concluir isso, o economista Márcio Eduardo Bezerra, autor da dissertação, utilizou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) sobre 300 mil alunos da 4ª e da 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio de escolas públicas e privadas. Os dados abrangem desempenhos em provas de português e matemática, situação socioeconômica e aspectos da prática de trabalho infantil. A partir deles, Bezerra criou um modelo estatístico.
Entre os estudantes que trabalham no próprio domicílio há queda de rendimento menos acentuada: foram de 6 a 9 pontos perdidos na variável "desempenho escolar", contra 12 pontos dos estudantes que trabalham fora. Mas o pior desempenho foi de alunos com jornada nos dois ambientes e superior a sete horas por dia -caso, geralmente, dos matriculados no ensino médio.
Segundo dados de 2003 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8,1% dos brasileiros de 7 a 15 anos estudam e trabalham. O índice é considerado alto, mas vem diminuindo.


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