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Alimentação
Cardápio sem culpa
Conhecer o caminho percorrido pela iguaria até chegar ao prato ajuda a decidir sobre consumo de alimentos ecologicamente controversos
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há quem não deixe de
comer e quem não
coma de jeito nenhum. E há aqueles
que se debatem com dúvidas
éticas cada vez que se veem em
frente a um prato de palmito,
atum, ovas, caranguejo, vitelo e
outras iguarias.
Além das discussões sobre
maus tratos de animais, os
questionamentos envolvem a
destruição de árvores, a extinção de espécies e outras interferências nos ecossistemas.
No caso do palmito, por
exemplo, questiona-se o impacto no ambiente da extração
de suas folhas imaturas e as
consequências de seu consumo
para a preservação da espécie.
A fiscalização sobre a extração legal no Brasil tem falhas,
mas dá para aliviar a consciência optando por açaí ou pupunha -ambos são ecologicamente sustentáveis porque
continuam a produzir após a
retirada do primeiro palmito-
e escolhendo uma marca com
registro do Ibama. Se o preço
for muito baixo, desconfie.
Tentar saber de onde vem
também ajuda na hora de dizer
sim ou não às ovas de peixe,
muito usadas no preparo de
sushis. Entre as mais consumidas no Brasil, as de salmão costumam vir de fazendas de cultivo no Chile -não estariam,
portanto, ameaçando a reprodução natural da espécie.
O caso da tainha é diferente:
a sobrepesca do peixe para retirada das ovas no Sul do país levou o Ibama a limitar o uso de
redes e a proibir a captura de
animais menores.
No dia a dia, uma boa fonte
de consulta para ajudar a escolher os peixes que irão para o
prato é o "Guia de Consumo
Responsável de Pescados"
(www.unimonte.br/bemvindo/guia.html), cartilha da
Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat) que lista as
espécies mais abundantes e
aquelas que devem ser evitadas
por estarem em risco.
Nas páginas seguintes, 15 especialistas traçam um panorama de dez alimentos controversos, para montar um cardápio sem peso na consciência.
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