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Suprir carências nutricionais é uma arma contra dor, inchaço, irritação e todo o pesadelo que antecede a menstruação
Ganhe a guerra contra a TPM na mesa de jantar
Jean-Luc Dubin/Stone
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A paz na TPM pode estar na alimentação |
MARGARETE MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A bençoada dieta! Mais generosa que qualquer regime para gordinho,
diabético ou hipertenso, esta promete melhorar a qualidade de vida
não apenas da pessoa que a segue, mas de todos que estão à sua volta. Feita
para reduzir os sintomas infernais da TPM (tensão pré-menstrual), ela também garante, por tabela, um alívio no estresse vivido por maridos, filhos, pais e todas as pessoas próximas das mulheres que sofrem de TPM. Segundo estudos do "New England Journal of Medicine", 80% das mulheres têm sintomas de TPM uma semana antes da menstruação, e eles são graves para 3% a 5% delas.
A dieta balanceada ao longo do mês ajuda no bem-estar geral da mulher, inclusive na fase mais crítica do mês,
afirma a nutricionista Miriam Coelho de Souza, que participou de um estudo sobre o assunto feito na Inglaterra
com 600 mulheres (leia mais na pág. 10).
"Quando comecei a estudar o assunto, fiquei fascinada. Nem todo mundo tem um grau de TPM que deve ser
controlado por remédios com fluoxetina (antidepressivo como o Prozac). A alimentação é que manda. Uma
coisa puxa a outra", diz animada a endocroniologista
Alessandra Rascovski, que prepara uma tese de doutorado cujo tema é disforia pré-menstrual.
No Centro de Apoio à Mulher com TPM da Clínica Ginecológica do HC, uma das orientações dadas às pacientes é que sigam a dieta "anti-TPM". Mas a coordenadora
do centro, Mara Diegoli, alerta que isso pode ajudar a diminuir os sintomas da TPM leve, mas não ser suficiente
para combater a TPM severa.
Seja a TPM leve ou acentuada, o organismo de toda
mulher durante o ciclo menstrual passa por várias mudanças hormonais, as quais são mais intensas na chamada fase lútea (leia gráfico na pág. 10).
Nesse período, ocorre uma deficiência de nutrientes,
causadora dos sintomas desagradáveis da TPM. E é por
meio da ingestão dos alimentos fontes desses nutrientes
que os sintomas são amenizados.
Sobre o desequilíbrio hormonal, há sinais de que a dupla estrógeno-progesterona represente a causa principal
das dores físicas, do inchaço no abdômen e dos rompantes de irritabilidade ou choro. Também a elevação do
hormônio aldesterona na fase lútea responde pela retenção de sódio por parte dos rins, o que chega a provocar
um aumento de peso de até 3 kg em algumas mulheres.
Os sintomas emocionais, por sua vez, estão muito relacionados com a queda da produção de serotonina,
uma das substâncias produzidas pelas células nervosas
responsáveis pelo humor. Nos cinco ou até dez dias anteriores à menstruação, há uma redução mais acentuada
na produção da serotonina, que acompanha a diminuição de progesterona e estrógeno.
Mas já existem estudos que provam que alguns alimentos podem estimular o aumento de serotonina. Em
1989, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts) descobriram que, durante a fase pré-menstrual, as mulheres que faziam uma dieta rica em
carboidratos e baixa em proteínas melhoravam o humor em mais de 50%. Anos depois, relacionaram essa
descoberta com a produção de serotonina.
Existem outros alimentos, além dos carboidratos, que
ajudam a manter os níveis de serotonina. As verduras
clorofiladas, bem verdinhas, como agrião, rúcula, couve
e salsinha, ajudam na manutenção dos níveis de serotonina pelo corpo.
O Equilíbrio montou um guia, nas duas próximas páginas, com os grupos de nutrientes e os respectivos alimentos que suprem as deficiências próprias da fase pré-menstrual. "Não é fácil mudar o hábito alimentar", atesta Francini Abbud, 34, uma das adeptas da dieta. A terapeuta artística mudou todo o cardápio da família para
conseguir, a princípio, emagrecer e depois para diminuir a TPM. Resultado: "Não tenho mais irritação, choros sem motivos nem as dores nas costas. Além disso,
meu ciclo, que era de 22 dias, aumentou."
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