São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010
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Estreia no asfalto

No domingo, 32 mil pessoas vão queimar o chão na maior corrida de rua de São Paulo e, dessas, 23% passarão pela experiência pela primeira vez; prepare-se para a correria

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RODOLFO LUCENA
EDITOR DE TEC E DO BLOG +CORRIDA

No domingo, São Paulo recebe a maior corrida de rua do Brasil. A Maratona Pão de Açúcar de Revezamento é uma festa esportiva e também uma muvuca das boas, com gente se acotovelando pelo Ibirapuera, casais se desencontrando e equipes se perdendo na multidão.
Mesmo assim (talvez por isso mesmo) é o polo para onde convergem iniciantes no mundo do pedestrianismo. Mais de um em cada cinco participantes (23%) estará fazendo seu debute no asfalto.
Com o recorde de 32 mil inscritos, a prova entra no seleto grupo das 20 maiores corridas de rua do mundo e é o maior exemplo de que as corridas de revezamento viraram mania, ganharam de vez o cenário esportivo amador do país.
Por não oferecer tanta dificuldade (os trechos são relativamente curtos), esse tipo de prova vem conquistando adeptos entre diletantes.
No mesmo dia da corrida paulista, por exemplo, Brasília terá uma prova de revezamento de 30 km; até o final do ano, outros eventos do gênero reunirão milhares de candidatos a atleta.
Mas a diversão pode ser prejudicada por erros. Confira alguns toques.

EQUIPE
Como é uma prova de equipe, é preciso conhecer seu time. Em grupos criados em empresas, academias ou escolas, nem sempre todos se conhecem, o que pode ser problema: quem vai passar a munhequeira para quem?
Organize uma chopada ou uma pizza com os colegas para trocar ideias e acertar os detalhes do revezamento.
Garanta que você saiba direitinho quem corre antes e depois de você; isso é um dos grandes motivos de confusão nas equipes. Não é incomum você ver corredores perdidos na área de troca, tentando encontrar o colega para quem deveria passar a vez.
Para evitar que isso aconteça, confira o mapa do percurso e verifique as áreas de troca. As equipes de oito corredores terão duas áreas de troca, uma para os atletas ímpares e outra para os pares.
Além de você ficar atento na área de troca, é legal ter ajuda da equipe, com pelo menos um "olheiro" ligado, para avisar quando o companheiro de turma está chegando. Por isso, é bom que pelo menos os quatro primeiros do grupo cheguem cedo.
O melhor, claro, é que todos estejam acordados já na largada, incentivando o colega que está correndo. Mas é comum ter um atrasadinho na equipe ou um dorminhoco compulsivo -esse deve ser escalado para uma das últimas "pernas", e o capitão deve ligar cedo para ele, garantindo que não se atrase.
Chegar na hora vai ser gincana para quem for de carro. O trânsito fica ruim, lugar para estacionar será difícil. Melhor ir de metrô. A organização colocará ônibus gratuitos, a partir das 5h, fazendo a ponte entre estação Brigadeiro e a Assembleia Legislativa.
Na hora da corrida, o primeiro e o último atletas são os responsáveis pelas missões mais críticas. Quem for abrir a prova, diz a organização, "deverá colocar a munhequeira, com chip de cronometragem de revezamento, no punho direito". Cada atleta que completa seu percurso entrega a munhequeira para o seguinte.
O último corredor, além de suar em dobro para tentar melhorar o tempo da equipe, precisa retirar as medalhas do time. Deve fixar o chip de cronometragem no tênis direito (posição vertical). Ele conclui a prova com os dois chips (a munhequeira e o do tênis) e os entrega para receber as medalhas.
Procure manter o humor ao longo do percurso, mesmo enfrentando engarrafamentos em curvas ou trechos transformados em gargalos por falha de quem desenhou o trajeto (problema já ocorrido em edições passadas).
E não tente compensar o eventual atraso correndo como doido ao conseguir uma folguinha no asfalto: isso é caminho certo para perder o fôlego logo e ficar com média de tempo ainda pior.

SONO
O melhor é saber o seu ritmo e mantê-lo. A vontade de ajudar o grupo faz com que cada um se esforce um pouco mais, o que é legal. Mas ninguém precisa ter um ataque do coração para garantir um minuto a menos no tempo final. Se você tiver um monitor cardíaco, respeite o que ele diz. Se não, atenção às marcas de quilometragem.
Descanso, alimentação e hidratação são essenciais para o bom desempenho.
Se você é estreante, é bem capaz de passar em claro a noite anterior. Calma. Não é o fim do mundo chegar com olheiras, mas tente dormir bem de quinta para sexta e de sexta para sábado; na véspera, mesmo que não pregue o olho, fique deitado, já ajuda.
Procure beber mais água a partir de sexta (dois ou três litros/dia). Na noite de sábado, faça jantar de massas; na manhã da prova, capriche no desjejum saudável.
Nada de correr de roupa ou tênis novos -podem causar assaduras ou bolhas. Na noite anterior, deixe pronto seu uniforme e tudo o que pretende levar (filtro solar, boné, relógio, carteira).
Há quem carregue mochilas recheadas. Eu prefiro ir pronto e levar só algum dinheiro no bolso do calção. Às vezes passo frio, mas é por pouco tempo.
Enfim, divirta-se, aproveite o dia, queime o chão que o asfalto é seu e ninguém tira.


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