São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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OUTRAS IDEIAS

MIRIAN GOLDENBERG - miriangoldenberg@uol.com.br

Meu homem


Sugestões recebidas: parceiro, companheiro, rolo, querido, ficante, namorido, marinado, sei lá, tanto faz

NA ÚLTIMA coluna escrevi sobre um problema que afeta muitas brasileiras: como apresentar o homem com quem elas vivem novas formas de conjugalidade? Como defini-lo, se não há vínculos legais, co-habitação, filhos?
Recebi sugestões engraçadas, criativas e inteligentes. Exemplos: marido, esposo, cônjuge, namorado, noivo, namorido, ficante, rolo, marido oficial, marido social, marido informal, parceiro, companheiro, "significant other", consorte, com-sorte, querido, amado, amante, afeto, amigo, amigo predileto, amor da minha vida, UE (união estável), gato, caso, colega de viagem, macho, dono do meu coração, vizinho de cama, amizade colorida, compromisso enrolado, compromisso sério, o cara, sei lá, tanto faz.
Uma das mais "votadas" foi: "Este é o meu amor".
A Sandra escreveu: "Achei muito divertido o seu texto, porque é uma situação muito atual, talvez pela falta de necessidade de se ter um relacionamento que resulte em certa dependência. As mulheres têm ficado financeiramente independentes e isso se reflete no setor afetivo".
E essa leitora continua: "Ainda é difícil classificar de forma que todo mundo entenda esse novo tipo de relacionamento. Só sei que o meu já dura cinco anos. Me lembro como o apresentei para minha mãe: -Mãe, esse é o Jorge. Ela perguntou se era meu namorado, e eu: -Não, mãe, é o meu amor!. E ainda o apresento assim".
Entretanto, a sugestão campeã absoluta foi: "Este é o meu homem".
A Angélica disse: "Mirian, eu adorei seu texto. Também tenho essa dificuldade de apresentação. Para ele, meu amor, eu digo que ele é meu homem! Eu fico entre essas duas definições: esse é meu homem, esse é meu amor.
Mas, dependendo das circunstâncias, eu vou mudando: esse é meu gato, meu amado, meu namorado. Mas, lá no fundinho, eu continuo querendo uma única coisa: que ele continue sendo meu homem, meu amor, minha paixão".
Por fim, fica a proposta da Lélia, que fez uma enquete com dezenas de amigos: "Sabe Mirian, eu acho que deveríamos ter a coragem de dizer "este é o meu homem". Vamos derrubar o preconceito. Vamos enterrar a ideia de achar que falar "meu homem" é vulgar. Se homem pode dizer "esta é a minha mulher", nós também podemos dizer "este é o meu homem". Ponha em prática a ideia. Seja a precursora. Vamos pôr fim a esse tabu. Lance a campanha!".
Então, queridos leitores e leitoras, vamos aceitar o desafio da Lélia?

MIRIAN GOLDENBERG, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "Intimidade"(Record)


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