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higiene
Gel contra germes
Anti-sépticos para limpeza a seco
das mãos viraram mania, mas dermatologistas afirmam que o produto não deve substituir água e sabão
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos EUA, eles já são
uma mania entre os
afoitos por novidades de higiene pessoal. Por aqui, o mercado de
géis anti-sépticos para as mãos
é mais tímido, mas vem ganhando espaço -já há versões
de bolso, com cores e perfumes
variados e até uma especial para a Copa do Mundo, com bolinhas verdes e amarelas.
Só uma das fabricantes, a
Doctor Clean, teve aumento de
65% nas vendas em 2005.
Geralmente à base de álcool,
esses produtos higienizam dispensando água e sabão. O que
os fabricantes prometem é praticidade para quem passa muito tempo fora de casa.
Até aí, tudo bem: no trânsito
ou entre um e outro compromisso, o produto pode ser mesmo útil. O que os médicos afirmam é que ele não deve substituir a velha dupla água e sabão.
Isso porque, apesar de o gel
anti-séptico agir de forma biológica, matando os germes, ele
não remove os microorganismos da mão -coisa que a lavagem tradicional faz.
"Esse tipo de produto deve
ser um quebra-galho. O ideal
mesmo é usar água com o sabonete, que é desengordurante",
afirma a dermatologista Flávia
Addor, diretora do Medcin Instituto da Pele.
"O uso deve ser emergencial,
já que ele inativa os germes,
mas não arrasta a sujidade",
emenda Maria Honório de Lima, da gerência geral de cosméticos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O
órgão exige que as empresas
provem a eficácia do produto.
A advogada Gabriela Machado, 24, brinca que é "viciada" no
gel. "Levo sempre na bolsa e
uso toda vez que paro para fazer algo. A mão é o que a gente
mais usa durante o dia. Acho
que o gelzinho ajuda a mantê-la
higienizada", diz.
Em 2005, a FDA (agência de
saúde americana) publicou
uma recomendação que afirma
que as mãos são o maior agente
de transmissão de doenças
dentro de casa e que os géis anti-sépticos "atendem à necessidade de manter a higiene quando o sabão e a água não estão
disponíveis e quando as mãos
não estão visivelmente sujas".
O risco de alergia em relação
ao gel existe, como com qualquer cosmético, mas não é alto.
A única questão é que, segundo
Flávia Addor, se usado em excesso, ele pode ressecar a pele.
O dermatologista Jayme Filho, da Sociedade Brasileira de
Dermatologia, lembra ainda
que o exagero pode danificar a
camada lipoproteica que protege a pele. "O zelo excessivo com
a higiene desequilibra o nicho
ecológico da pele, favorecendo
a infecção por bactérias que
não são habitualmente lesivas."
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