São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002
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Dor de analgésico

Nem tomando 26 comprimidos de analgésico por dia, a advogada Elaine Lucas, 38, conseguia se livrar de sua dor de cabeça.
Ela buscou ajuda com homeopata, acupunturista, oftalmologista, ortopedista, clínico-geral e cinco diferentes neurologistas -um deles disse que a dor só passaria quando ela se separasse do marido. A advogada foi procurar auxílio até em terreiro de umbanda.
"Não existia nem um dia sem dor", lembra. Foram necessários 15 anos para que ela encontrasse um especialista que a mandasse suspender os analgésicos.
"Eu tomava remédio escondido de todo mundo. Estava viciada." A advogada conta que escondia os medicamentos pela casa e, no trabalho, era famosa pela bolsa -uma verdadeira farmácia.
"Quando acabava remédio em um lugar, eu tinha guardado em outro armário, na minha bolsa ou dentro da gaveta de garfos." Se não houvesse água para tomar os remédios, "virava no copo um vidro inteiro de Novalgina em gotas", conta.
Antes de se tratar, Elaine ficou dois anos afastada do trabalho. Agora, além de voltar às atividades normais, ela conta que parou de gastar dinheiro com remédio.
"Eu ia à farmácia duas vezes por semana e fazia compra de mês. Agora, não tenho mais analgésico em casa. O pessoal da farmácia, que me conhece há muitos anos, diz: "E aí, não vai levar nada? Você era nossa principal freguesa". Agora estou economizando." E faz questão de salientar: "Sou casada até hoje e sou muito feliz".



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