Do latim "feria". Palavra que vem dos primórdios. Os romanos a usavam para marcar, religiosamente, o cessar do trabalho. E a igreja a usa para designar os diferentes dias da semana, de segunda a sexta-feira: fazer o ofício da féria. E também dias em que se suspendem os trabalhos oficiais e escolares.
Férias, hoje, para a maioria dos pais, significam pesadelo, sufoco, angústia etc. Sentimentos que são passados para as crianças sem a menor reflexão. O que é merecido passa a ser culpa e tormento.
Que tal invertermos todas as angústias e fazermos das férias grandes de verão um verdadeiro descanso, combinando com pequenos grupos de famílias uma programação de excelentes férias para todos?
Na primeira semana, cada dia uma família receberia as crianças para se divertirem com a presença da mãe ou pai responsável. Se for um "apertamento", fariam um passeio a um parque, levando água, frutas, legumes,caixa de primeiros socorros, toalha, saquinho para o lixo, e, assim, fariam um piquenique.
Providencie uma música relaxante, um bom banho com alguns brinquedos no banheiro ou algumas tintas para pintarem nesse ambiente que será de fácil limpeza depois. Claro que a água deve ser controlada e muito valorizada.
A segunda-feira passou rápido! Vem terça-feira, com outra família que já programou uma ida ao zoológico: FANTÁSTICO!
A terça-feira amanheceu chovendo. Vamos passar o dia brincando muito com carrinhos, almofadas, papel para desenhar, bonecas, comidinhas, casas improvisadas.
Quarta-feira, oba! O sol apareceu, pois estamos no verão e o prédio que vamos hoje tem piscina para crianças: cuidado, cuidado dobrado.Todos de bóia, mesmo que já saibam nadar. Por que? Porque, como diz o ditado: "Água não tem cabelo". Assim fica mais prudente e prazeroso. Cuidado com o sol: filtro solar, boné e camiseta são imprescindíveis para evitar câncer de pele, pois os raios solares são acumulativos. Estamos nos esquecendo da água para beber. Não se esqueçam de tomar e dar bastante água, pois mesmo dentro d'água transpiramos e temos que nos hidratar.
Quinta-feira, a vovó tem um belo sítio a uns 30 minutos da cidade. Ela está feliz em receber o neto e seus amigos pequerruchos, que vão passar o dia brincando, correndo e pesquisando: galinheiro, coelheira, horta e pomar. Chupar manga caída no chão, pegar araçá, ficar dono de uma jabuticabeira e chupar jabuticaba ate não poder mais. Aí vem o caseiro e ensina que, para não ficar com o intestino preso, é preciso mastigar três cascas bem mastigadas e engolir, que assim não faz mal!
Sexta-feira: o Sesc está com uma ótima programação infantil. Fabuloso! Hoje vamos passar o dia por lá. Cada um com seu crachá, com nome do responsável etc.
A primeira semana terminou. O sábado e o domingo vamos passar com o papai e a mamãe, para contar todas as novidades, brigas, peraltices, sustos e gargalhadas.
Segunda semana, as crianças gostam de "repeteco". Os adultos têm de ficar atentos e não sentirem necessidade de inovações. Uma coisa produtiva é sentar com as crianças e deixá-las falar o que querem fazer, brincar, inventar, ouvir histórias, fazer teatro e, principalmente -estamos esquecendo-, não fazer nada, nadinha de nada. Que bom ser respeitado... você não acha? Como diz a canção: "Quero uma rede preguiçosa para deitar (...)".
Terceira ou última semana de férias. Uns amigos ofereceram a casa de praia. Que presentão! O mar, paraíso dos pequerruchos e dos grandes também!
Então, férias significam, além de um período de repouso, uma temporada de recriação para recriar-se, refazer-se, cada um a seu modo. Pais, que tal seguirem a sabedoria dos filhos: aprendendo logo seus profundos interesses, deixando-os tomar contato com as maravilhas da natureza desde as chuvas, o pé de jabuticaba, os caranguejos da praia. Deixem as crianças encontrarem seus próprios entretenimentos! E, sobretudo, procurem orientar e respeitar sua espontaneidade.