São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quedas

No Brasil, cerca de 29% dos idosos sofrem quedas ao menos uma vez por ano e 13% caem de forma recorrente. Além das fraturas, principalmente na região do quadril, há o risco de morte: as quedas correspondem a dois terços das mortes acidentais. O medo de cair pode afetar a qualidade de vida do idoso, que tende a diminuir a freqüência dos passeios ou dos banhos.

1. Mexer o pé antes de se levantar da cadeira melhora a irrigação sangüínea nos membros inferiores

2. Evite chinelos, tamancos e demais calçados soltos no pé

3. Não deixe os fios dos eletrodomésticos soltos pelo chão

4. Trocar lâmpada e retirar a cortina são atividades arriscadas porque exigem que a pessoa estenda a cabeça para trás, o que causa uma tontura momentânea

5. Atividades físicas que proporcionam o aumento da força muscular são fundamentais; pernas fortes dão mais estabilidade na hora de subir escadas, caminhar ou levantar da cadeira

6. Óculos com lentes multifocais afetam a percepção de profundidade e dificultam tarefas como descer uma escada ou desviar-se de um buraco; uma solução é trocá-los por dois óculos, um para caminhar e outro para ler

7. Cuide bem dos pés: calosidades impedem o contato com o solo

8. Escolha um tênis com sistema de absorção de impacto e solado antiderrapante; com o envelhecimento, há uma diminuição na camada de gordura na planta do pé, o que deixa o idoso mais sujeito ao impacto do solo e ao desenvolvimento de inflamações

9. Mantenha sob controle doenças metabólicas ou vasculares; o diabetes, por exemplo, pode afetar o labirinto (responsável pelo equilíbrio) e alterar a sensibilidade e o funcionamento motor dos membros inferiores

10. Não compre uma bengala sem orientação profissional; a escolha do modelo precisa considerar altura, presença ou não de artrose, entre outros aspectos; repare sempre se a borracha da ponta não está desgastada, o que diminuiria sua característica antiderrapante

"Não consigo ficar parada"
"Na minha casa há três lances de escada, que subo correndo, porque sou meio elétrica. Já caí várias vezes, mas é que sou muito agitada, não consigo ficar parada: ando no telhado quando é preciso consertar alguma coisa, lavo e recoloco as cortinas escondido... As pessoas ficam bravas, mas eu sei que sou capaz. Eu planejo, vou calma, vejo se não tem perigo, não vou me atirando, né?
Mas caio, porque a gente cai muito. Agora estou caindo menos, pois resolvi fazer as coisas mais devagar. Antes eu entortava o pé na rua e caía, porque gosto de salto alto e usava sempre, sou muito baixa! Agora, quando quero usar, tenho de prestar muito mais atenção.
Não precisei mudar nada na minha casa para parar de cair, só prestar mais atenção.
Por exemplo, um dia eu fui subir a escada e lembrei que tinha esquecido algo embaixo: virei depressa e levei um tombo, quase quebrei o pé. Outro dia, estava andando na rua, resolvi olhar uma plantinha linda no muro e não vi que tinha um obstáculo na calçada. Para não cair, apoiei a mão na árvore e quebrei o pulso. Mas eu agüentei a dor, não sou chorona, sou muito forte, sou muito ativa.
Eu vejo algumas pessoas andando de bengala, mas eu não preciso. Será que a bengala vai realmente segurar alguém? Prefiro me sentir segura por mim mesma. Para mim, continuar com minhas atividades é parte da vida.
As pessoas têm de viver o seu momento, têm de tentar fazer o que gostam, mesmo que sintam uma dorzinha aqui, outra ali. Eu não dou confiança para a dor, porque, se você mimá-la, ela vai piorar. A não ser que seja algo realmente sério, é claro. Só procuro o médico quando sinto uma dor estranha. As dores do dia-a-dia eu mesmo analiso, vou observando."
Ivone Vilhegas Campolim, 85


Texto Anterior: 100 dicas para quem vai viver mais
Próximo Texto: Mente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.