São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008
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Parzer

Se a sexualidade na terceira idade é um tabu, as barreiras são ainda maiores para as mulheres. Uma, demográfica: como vivem mais que os homens, elas têm mais dificuldade para encontrar parceiros de sua faixa etária. A segunda é ligada ao preconceito: o envolvimento com jovens costuma ser associado a interesse financeiro. A verdade é que a sexualidade não tem data de validade e a libido é conservada no envelhecimento.

70. Inclua a questão da sexualidade nas consultas médicas e nas conversas com os amigos e com os familiares. É importante para desmistificar a idéia de que o sexo é um tema alheio aos idosos

71. Com o envelhecimento, as mulheres podem observar uma diminuição da lubrificação vaginal. A tendência é que a lubrificação aumente se elas tiverem uma vida sexual ativa. Se o ressecamento vaginal gerar desconforto, podem ser utilizados lubrificantes artificiais

72. Trate precocemente diabetes, hipertensão, índice elevado de colesterol e doenças cardiovasculares ou da próstata. Esses problemas geralmente aparecem por volta dos 40 anos de idade e se agravam com o tempo. Nas mulheres, isso afeta a lubrificação da região genital. Nos homens, esses distúrbios afetam a função erétil

73. O uso de remédios para disfunção erétil favorece o preenchimento dos corpos ca-vernosos do pênis, que pode ser bloqueado por problemas físicos ou emocionais. O remédio é ineficaz, porém, se o problema for a falta de desejo, que pode decorrer tanto de uma depressão como de problemas hormonais

74. Com o envelhecimento, há uma diminuição da produção de testosterona, hormônio masculino. Normalmente, essa perda é de 1% ao ano. Cerca de 15% dos homens idosos, porém, sofrem uma perda mais significativa de testosterona, o que afeta o desejo. É possível fazer reposição hormonal, mas o tratamento deve ser precedido de uma avaliação médica: a reposi-ção é contra-indicada para ho-mens com tumores de próstata ou de mama e nem sempre é indicada para quem tem apnéia do sono ou alguma doença hepática

75. No caso das mu-lheres, a masturbação também ajuda a manter a saúde dos órgãos genitais -a estimulação leva a uma liberação hormonal que preserva a mucosa vaginal

"Quero viver minhas emoções"
"Eu fiquei muitos anos quieta no meu canto, pois tive um casamento maravilhoso e ficar viúva foi muito doloroso. Mas quis ficar bem e comecei a me relacionar com outras pessoas. É um outro tipo de relacionamento, mas é uma fase boa. É preciso saber que o momento é este, que não adianta ficar pensando na vida de casada de antes.
Eu tenho vontade de ter uma pessoa que goste de mim e de quem eu goste também, porque é muito importante ter esse lado coberto. Ter o coração batendo mais forte é muito bom nessa idade, você se sente viva, mais ativa, com mais ânimo de lutar, sente que a vida não acabou. As pessoas acham que não é hora de pensar em sexo. Por que não?
O problema é que as pessoas têm medo de ter um relacionamento. Pessoas da minha idade dizem que sou louca, que vou sofrer. Mas, então, não vou viver e ser feliz? Eu não tenho medo. Não saio atrás, mas, quando passa por mim uma pessoa interessante, uma oportunidade, como já aconteceu, eu não tenho medo de enfrentar.
Por que não? Por que ter vergonha disso? Converso com pessoas da minha idade que ficaram viúvas e dizem que não querem mais porque já foram felizes. Que bom, digo a elas, podem ser felizes de novo. É outra história, é outra forma de se relacionar.
Meus filhos e meus netos têm suas emoções e eu amo compartilhar com eles seus momentos, vivo-os intensamente. Mas também quero viver minhas próprias emoções, é ótimo que eles saibam que eu tenho minhas próprias experiências."
Ana Maria Vanderlinde, 65

benefícios do sexo

Leva à liberação de endorfinas, substâncias ligadas à sensação de bem-estar

Promove aceleração do sistema respiratório e circulatório

Estimula a atividade cerebral, já que exercita a fantasia e a memória

Aumenta a auto-estima


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