São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008
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Audição

Estima-se que, no Brasil, 70% dos idosos sofram de perda de audição provocada pelo envelhecimento.
Muitos deles, porém, não se identificam com o problema. Isso porque parte da audição deles continua, de fato, muito boa: a responsável pela identificação dos sons graves, que formam o corpo das palavras. O problema está na capacidade de distinguir sons agudos. Daí a queixa comum nos consultórios: escuto, mas não entendo.

85. Não eleve a voz -isso apenas distorce o som e incomoda o idoso, que tem menos proteção contra sons de alta intensidade; em vez disso, fale devagar

86. Converse mostrando o rosto ao idoso, e em um ambiente iluminado e silencioso

87. Após os 60 anos, inclua a visita ao otorrino no check-up

88. Não compre um aparelho auditivo sem indicação profissional e sem testar o equipamento. No procedimento correto, o otorrino indica o uso do aparelho e o fonoaudiólogo faz a seleção e o teste da prótese auditiva. É preciso testar em domicílio, por cerca de um mês. Testar o equipamento só no consultório é arriscado, já que se trata de um local mais silencioso, que pode não corresponder ao ambiente em que o paciente vive

89. Com o envelhecimento, há uma tendência ao acúmulo de cera no ouvido. Se isso ocorrer, consulte um otorrino sobre a necessidade de uma lavagem

90. Não use cotonete para retirar o excesso de cera -no máximo, use uma toalha úmida na ponta do dedo

91. A prega vocal também é formada por tecido muscular e tende a ficar mais flácida com o envelhecimento, deixando a voz mais fraca. Essa alteração, porém, pode ser resolvida com exercícios específicos

"Agora eu escuto uma passarada"
"Eu uso aparelho auditivo há três anos. Antes disso, meus filhos percebiam que eu não escutava direito e me diziam, mas eu achava que eu estava ouvindo muito bem, eu não queria aceitar, eu brigava com eles.
Eles queriam que eu fosse a um fonoaudiólogo, mas eu não aceitava -toda a vida eu não aceito, sempre acho que ainda não envelheci...
Até que resolvi ir a uma especialista, amiga da minha filha, que fez o teste. Descobrimos que eu não conseguia ouvir os sons mais agudos. Testei três aparelhos e não me adaptei a nenhum deles. Usei um aparelho fino, um redondo, um não sei o quê, mas eles me incomodavam muito, entravam no ouvido e machucavam a parte interna. Desisti.
Cerca de dois anos depois, a fonoaudióloga me avisou que tinha chegado um novo aparelho. E não é que deu certo? Era o que eu precisava, fez muita diferença, eu me adaptei perfeitamente, é levíssimo, nem aparece, muito bom. Agora não fico mais dizendo "hein? hein?" para tudo, me dá segurança.
Esses aparelhos são muito caros, você tem de se adequar, não pode simplesmente colocar qualquer um.
Afinal, são as coisas a que a gente tem de se adaptar: usar aparelho, prótese, ficar dependente de tanta coisa... A gente está na idade que tem de ser assim, não tem outro jeito, não é?
É muito melhor agora, porque eu não ouvia mais os sons mais agudos. Eu não ouvia os pássaros, por exemplo. Agora eu escuto uma passarada!"
Estela Mirzeian Hajjar, 82

desconfie se o idoso...

Falar demais, sem deixar espaço para que a outra pessoa responda. Essa é uma estratégia comum para não mostrar que não entende o que os outros falam

Ficar isolado ou com sono nas reuniões familiares. Como não consegue participar da conversa, ele vai mais cedo para o quarto

Deixar a televisão alta demais

Não quiser mais conversar pelo telefone

Durante uma conversa, inclinar o corpo mais para um lado

Olhar muito para a boca do interlocutor ou ficar fisicamente tenso devido ao esforço para entender tudo o que está sendo dito

Perguntar seguidamente "o quê?"

Não escutar o toque de telefone celular, de telefone ou de campainha se estiver a um cômodo de distância


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