São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004
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Mau hálito
"Tenho 19 anos e estou com mau hálito. Estou certa de que não é dos meus dentes, pois o hálito fica ruim minutos após a escovação. Qual a causa disso? Tenho sinusite e sinto bastante catarro nas vias respiratórias."
M. N., São Paulo, SP

Existem várias causas possíveis para o mau hálito (halitose). "A gengivite, manifestação cada vez mais freqüente de estresse, assim como algumas alterações na língua são causas de halitose que exigem higienização e tratamento adequados, diz a otorrinolaringologista e alergologista Mônica Menon Miyake, do hospital Sírio Libanês (SP). Há casos em que a halitose é provocada por rinite, sinusite ou pelo acúmulo de "caseum" -secreção resultante da fermentação- nas amígdalas. Além disso, problemas no aparelho digestivo, como gastrite e refluxo gastroesofágico, e o processo metabólico conhecido como cetose, decorrente de diabetes ou de regimes de emagrecimento, podem prejudicar o hálito, bem como dentes em mau estado. Caso o cirurgião-dentista descarte problemas dentários, a halitose deve ser investigada por um otorrino ou por um clínico-geral, orienta Miyake.

Síndrome hipereosinofílica
"Gostaria de obter esclarecimentos sobre a síndrome hipereosinofílica primária (causas, sintomas, tratamento e doenças a ela associadas)." Viviane Maria Dantas, Caçapava, SP

Os eosinófilos pertencem ao grupo dos glóbulos brancos do sangue (leucócitos), que são as células de defesa do organismo. Eles agem principalmente contra doenças alérgicas, parasitárias e tumorais. "Nessas situações, os eosinófilos apresentam-se em número ligeiramente aumentado", afirma Álvaro Pontes Langhi, hematologista do Hospital Santa Rita (SP). Em alguns casos, porém, a quantidade dessas células pode aumentar sem razão aparente -é a síndrome hipereosinofílica. "Trata-se de um diagnóstico de exclusão, pois esse aumento acentuado, chamado eosinofilia, pode ocorrer em casos de linfoma e em alguns tipos de leucemia", explica o médico. Por isso é importante fazer exames de medula óssea, como o mielograma, e análise citogenética para descartar essas doenças. Segundo o especialista, deve-se ainda investigar se não se trata de um caso de síndrome de Churg-Strauss, doença que acomete pulmão, coração, pele e aparelho digestivo e que, entre outras características, também apresenta a eosinofilia. Só depois é que o diagnóstico de síndrome hipereosinofílica pode ser firmado. "Não há consenso quanto ao melhor tratamento, mas medicações imunossupressoras como corticóides e ciclosporina, quimioterápicos como a hidroxiuréia e imunomoduladores como o interferon têm sido usados com relativo sucesso e, em alguns casos, com remissão total da doença", diz Langhi.


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