São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 2002
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poucas e boas

Técnica remove próstata sem afetar vigor sexual

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Já é possível tratar casos de câncer de próstata que exigem a retirada do órgão sem passar por uma cirurgia tradicional. Na nova técnica, baseada na laparoscopia, pequenas incisões no abdômen são a porta de entrada de uma minúscula câmera de vídeo, usada para guiar o médico, e dos instrumentos que serão empregados para remover a próstata.
Além de ser menos invasivo, o procedimento diminui significativamente o risco de o paciente vir a apresentar um dos possíveis efeitos colaterais da cirurgia convencional: a impotência sexual, que ocorre quando o nervo eretor é lesado durante a operação. "Com a laparoscopia, o cirurgião tem uma visão melhor da região, então dificilmente esse nervo será afetado", explica José Travassos, professor de urologia da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto.
Na França, onde a técnica foi desenvolvida, 80% dos mais de mil pacientes que já realizaram essa cirurgia mantiveram a potência sexual. No Brasil, os resultados têm sido semelhantes. "Mas esse percentual refere-se apenas a pacientes que não sofriam de impotência sexual antes do tratamento", ressalta o médico.
A laparoscopia também apresenta uma menor perda de sangue durante a cirurgia, o que reduz o tempo de hospitalização do paciente. "O tempo de recuperação é de dois a três dias", afirma Travassos.
"A laparoscopia é mais uma opção de tratamento para o paciente com câncer de próstata", diz Sami Arap, chefe do serviço de urologia do Hospital das Clínicas (SP). "Mas precisamos esperar pelo menos dez anos para comparar sua eficiência à das técnicas já existentes."
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que mais de 20 mil novos casos tenham sido diagnosticados no ano passado. A escolha do tratamento ideal para cada paciente deve ser feita pelo médico que está acompanhando o caso, explica Eric Wroclawski, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia. "É preciso perguntar a ele se a laparoscopia é indicada ou não para aquele paciente", diz. (GABRIELA SCHEINBERG)


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