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poucas e boas
Técnica remove próstata sem afetar vigor sexual
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Já é possível tratar casos de câncer de próstata que
exigem a retirada do órgão sem passar por uma
cirurgia tradicional. Na nova técnica, baseada na
laparoscopia, pequenas incisões no abdômen são a porta de entrada de uma minúscula câmera de vídeo, usada
para guiar o médico, e dos instrumentos que serão empregados para remover a próstata.
Além de ser menos invasivo, o procedimento diminui
significativamente o risco de o paciente vir a apresentar
um dos possíveis efeitos colaterais da cirurgia convencional: a impotência sexual, que ocorre quando o nervo
eretor é lesado durante a operação. "Com a laparoscopia, o cirurgião tem uma visão melhor da região, então
dificilmente esse nervo será afetado", explica José Travassos, professor de urologia da Faculdade de Medicina
da USP em Ribeirão Preto.
Na França, onde a técnica foi desenvolvida, 80% dos
mais de mil pacientes que já realizaram essa cirurgia
mantiveram a potência sexual. No Brasil, os resultados
têm sido semelhantes. "Mas esse percentual refere-se
apenas a pacientes que não sofriam de impotência sexual antes do tratamento", ressalta o médico.
A laparoscopia também apresenta uma menor perda
de sangue durante a cirurgia, o que reduz o tempo de
hospitalização do paciente. "O tempo de recuperação é
de dois a três dias", afirma Travassos.
"A laparoscopia é mais uma opção de tratamento para o paciente com câncer de próstata", diz Sami Arap,
chefe do serviço de urologia do Hospital das Clínicas
(SP). "Mas precisamos esperar pelo menos dez anos para comparar sua eficiência à das técnicas já existentes."
O câncer de próstata é o segundo mais comum entre
os homens no Brasil. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que mais de 20 mil novos casos tenham sido
diagnosticados no ano passado. A escolha do tratamento ideal para cada paciente deve ser feita pelo médico
que está acompanhando o caso, explica Eric Wroclawski, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia. "É
preciso perguntar a ele se a laparoscopia é indicada ou
não para aquele paciente", diz.
(GABRIELA SCHEINBERG)
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