Um trote de faculdade não é a situação mais favorável para duas pessoas se tornarem amigas. Mas foi assim que, há 37 anos, o consultor empresarial Raul Bromberg, 57, conheceu o funcionário público Paulino Waisenburger, 58. "Eu tinha acabado de entrar na faculdade de administração, e o Paulino, que estava no primeiro ano, foi encarregado de me dar o trote", conta Bromberg. Waisenburger decidiu "poupar" Bromberg e terminou ganhando um amigo. "Fiquei surpreso com a atitude "cortês" dele. Depois, descobri que gostávamos de música folclórica e tínhamos ideais políticos parecidos. Acho que a amizade começou assim", conta Bromberg. Três anos depois de formados, os dois voltaram a ser colegas, dessa vez no trabalho. "Passamos sete anos trabalhando na mesma empresa, e a amizade se consolidou", diz Paulino, que atribui o sucesso do relacionamento à falta de cobrança e ao respeito à individualidade de cada um. "O Raul me deu apoio nos momentos mais difíceis da minha vida, quando até parentes desapareceram, mesmo sem concordar com o que eu fazia. E nunca cobrou nada em troca. Amigo é isso", diz Waisenburger.


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