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Poucas e boas
Música interfere na percepção infantil de sabor
Ouvir música enquanto se
alimenta pode alterar a
percepção dos sabores e o estado de ânimo das crianças.
A constatação foi o mote da
tese de mestrado da psicóloga Viviane Bueno, defendida
pelo Instituto de Psicologia
da USP (Universidade de São
Paulo). Num grupo de 83
crianças com idade entre
cinco e dez anos, a psicóloga
efetuou provas de sucos doces e amargos, bebidos com e
sem o acompanhamento de
músicas classificadas previamente como tristes ou alegres pelas crianças.
Quando alimentadas ouvindo músicas tristes, as
crianças apresentavam percepção do sabor diferente da
que tinham originalmente,
quando experimentavam o
mesmo alimento sem ouvi-las. "Quando a música era
triste, a avaliação de gostoso
ou não gostoso era alterada",
conta Viviane. "Uma das músicas alegres fez com que elas
se mantivessem felizes mesmo ao provar o suco amargo", completa a especialista.
As observações da psicóloga indicam que a música
exerce efeitos sobre o estado
de ânimo, o que se ressalta
nas situações contrastantes:
amargo com melodia alegre
ou doce com melodia triste.
Nas combinações de doce
com música alegre e amargo
com música triste, as crianças com mais de sete anos
identificavam o sabor e a melodia como os responsáveis
pela alegria ou pela tristeza.
Já as mais novas se prendiam
a apenas um estímulo.
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