|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jantar na escuridão
A pernambucana Maria
Rodrigues, 86, chega às
19h em casa, acende a luz
da cozinha, faz o jantar,
apaga a luz da cozinha, come no escuro e fica na poltrona da sala, sem sinal de
energia elétrica até o sono
chegar. "Antes ficava jogando baralho, hoje não
posso nem discar para os
amigos ou familiares porque não enxergo os números", reclama Maria, que
tem três filhos, cinco netos, oito bisnetos e um tataraneto a caminho.
Ela lembra que, aos oito
anos, no interior de Pernambuco, a falta de energia elétrica passava despercebida. "Era bom porque a família ficava reunida toda noite para conversar." Como hoje quase
não sai mais de casa à noite com medo da violência,
seu divertimento acaba
com a novela das oito.
"Não consigo mais viver
sem luz. Esse racionamento está me deixando mesmo tristinha."
Texto Anterior: Drible aneura: Racionamento tira a alegria do idoso Próximo Texto: Negligência com idosos Índice
|