São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011
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FOCO

Lindas da passarela já foram xingadas de 'magrão' e 'poste'

JULIANA VINES
DE SÃO PAULO

Entre as modelos, quanto mais magra, melhor, certo? Nem sempre.
"Muita menina perde trabalho por ser muito magra. A roupa não pode ficar pendurada", diz Carol Francischini, 1,79 m e 56 quilos (17,4 de IMC ""o mínimo indicado é 18,5).
Na última semana, ela desfilou para marcas como Colcci e Água de Coco, na São Paulo Fashion Week.
Antes de ser modelo, Carol tinha o apelido de "Magrão" e só usava jeans com moletom amarrado na cintura. "Não tinha bunda, parecia homem. E ainda tenho a voz grossa."
Hoje, ela não se acha magra demais. Simone Carvalho, 17, 1,80 m e 54 quilos (IMC 16,6), também não acha que é muito magra, mas já perdeu trabalho por isso.
"Foto de biquíni não rola. Já deixei de fazer fotos comerciais. Eles querem meninas que são mais mulheres."
Mesmo assim, Simone não pensa em engordar. "Para passarela, que é o que eu mais faço, é bom ser assim. É de família. Como de tudo, e sempre fui magra."
Já a modelo Camila Finn, 19, sonha em ser mais gorda. "Se pudesse, queria ser mais cheinha. Mas não posso, perderia trabalho."
Ela, que tem 1,79 m e 52 quilos (IMC 16,2), desfilou para Reinaldo Lourenço e Alexandre Herchcovitch. "O bom de ser modelo é que consegui me achar. Eu e as meninas temos as mesmas histórias, então não me sinto magra demais."
Criança, Camila quis fugir da escola por causa dos apelidos: girafa, poste, pau de cutucar estrela. "Só me senti melhor depois que comecei a trabalhar, mas ainda tenho problema com a magreza."


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