São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004
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Cirurgias são mais simples e seguras

Marcelo Barabani/Folha Imagem
Graças aos exercícios na água, Alberto Tschick, 77, não sente mais dor nas costas


Seis meses. Esse é o prazo que os médicos costumam esperar antes de indicar uma cirurgia de coluna para o paciente. Nesse período, o problema é tratado com fisioterapia, exercícios e medicamentos. "Quando isso tudo não surte efeito, a cirurgia é uma boa opção", diz o neurocirurgião especializado em cirurgia de coluna Luiz Pimenta.
Pouco invasivas, as cirurgias de hoje diferem muito das técnicas usadas há 20 anos. Elas eram mais agressivas, o pós-operatório costumava ser doloroso e os resultados obtidos nem sempre eram satisfatórios. "As pessoas morriam de medo da invalidez -e com razão", lembra o ortopedista Wilson Dratcu, coordenador do hospital Roberto de Abreu Sodré, da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).
Um bom exemplo é a artrodese. Com o envelhecimento, o disco intervertebral, estrutura da coluna que funciona como amortecedor, vai diminuindo de volume, permitindo que as vértebras encostem umas às outras. "Na artrodese, colocava-se um calço entre os ossos até que eles se fundissem. Isso fazia com que a pessoa perdesse a mobilidade. Hoje usamos uma prótese que permite a movimentação da coluna", explica Pimenta.
Outra novidade na área são as operações endoscópicas para hérnia de disco, uma das principais causas de lombalgia e que ocorre quando o disco intervertebral não resiste a sobrecargas e se rompe. "São feitas apenas pequenas incisões. Um tubo com fibra ótica transmite imagens do local da hérnia para uma televisão. Assim o médico pode retirar o material extravasado", diz Dratcu.
Já a nucleoplastia usa um aparelho de raio-X e uma agulha com radiofreqüência para diminuir a pressão sobre o disco intervertebral. "É possível diminuir a pressão em até 30%, e o paciente só precisa repousar por dois dias", diz o ortopedista Rubens Rodrigues, que já operou 270 pessoas com 88% de sucesso.
Apesar do aperfeiçoamento técnico, porém, alguns médicos questionam a validade das cirurgias. "Na minha opinião, a cirurgia é uma exceção", afirma o ortopedista da USP Tarcisio Barros. "É comum uma pessoa ser submetida a cirurgia de hérnia de disco e continuar com dor. Isso porque o problema não era a hérnia", diz o reumatologista José Goldenberg. Diante da dúvida, o ideal é procurar a opinião de outro especialista.


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