São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007 |
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nutrição Cadê as sementes Frutas sem caroço, sem fiapos e com apresentação diferente ganham espaço em feiras livres, mas levantam dúvidas sobre transgenia e composição nutricional
TATIANA DINIZ DA REPORTAGEM LOCAL
Melancia, uva e tangerina sem sementes. Manga
sem fiapo. Banana
de casca vermelha. Abacaxi que
se come em gomos. Um monte
de frutas que há alguns anos
ninguém nunca havia visto está
invadindo feiras e mercados.
São sedutoras, mas, além da novidade, também trazem dúvidas do tipo "de onde vêm?" e
"será que são transgênicas?".
Clonagem Também é muito utilizada a técnica de resgate de embriões, que permite retirar o embrião de uma planta no tempo de uma a seis semanas após a polinização e transferi-lo para cultivo in vitro, a fim de garantir a sua sobrevivência. Nesse sistema, a semente e o embrião acabam de se formar. A partir da multiplicação (clonagem) de pequenas partes desse embrião, novas plantas podem ser formadas. É o que acontece na produção das uvas sem semente -se fosse deixado na uva, o embrião desse tipo de fruteira seria abortado ao final das seis semanas. Na Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, Waldelice Paiva pesquisa um tipo de melão que possa ser cultivado com sucesso no clima semi-árido. "Além de focar na demanda do consumidor, promovendo alterações de aspecto, o melhoramento genético também atende a produtores e atacadistas, aumentando a capacidade de conservação das frutas. Pode ainda aumentar os teores de vitamina delas, fazendo com que seu consumo signifique mais proteção", diz. O boom das frutas melhoradas vem na esteira do crescimento na exportação, principalmente para os países da Europa. Lá fora, esses tipos "menos trabalhosos" de comer são os que fazem mais sucesso nas prateleiras dos supermercados. Transgênico Por enquanto, frutas transgênicas não são uma realidade no país, mas já há pesquisas em andamento. No Cenagen (Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia), da Embrapa, em Brasília, um grupo de pesquisadores se dedica há cerca de cinco anos a analisar a biossegurança de diversos alimentos transgênicos em desenvolvimento, entre eles uma variedade de mamão. "No caso do mamão, a transgenia entrou para somar à fruta a resistência a uma virose que devasta as plantações", conta Francisco Ricardo Ferreira, pesquisador do centro. O mamão transgênico, no entanto, ainda está bem longe de chegar às prateleiras. "Ainda serão feitos muitos testes para checar qualquer possibilidade de risco de segurança à saúde e ao ambiente", afirma Ferreira. E, se isso ocorrer, o produto deverá ir com um selo que o classifica como organismo geneticamente modificado. É só conferir. Texto Anterior: Vieira grelhada com salsa picante de fruta-do-conde Próximo Texto: Guloseimas enriquecidas Índice |
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