São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004
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o esporte e eu

Cláudia Paolino não consegue ficar um dia sem praticar esporte

Flávio Florido
Cláudia Paolino não consegue ficar um dia sem praticar esporte


Se não fizer exercícios, o dia da empresária Cláudia Paolino, 31, não passa. Ela não dorme bem e acorda angustiada. Quando seu técnico programa repouso, ela treina escondida, mesmo que o excesso prejudique seu corpo.
"Meus amigos acham que sou louca", diz Cláudia. Ela já chegou a levar o filho de cinco anos para assistir aos treinos, para evitar a frustração de ficar sem exercícios. Mas ela não se considera dependente.
O técnico de Cláudia, porém, discorda. "Ela se enquadra perfeitamente no perfil de viciada", diz Renato Dutra, 31, pós-graduado em treinamento pela Unifesp. Ele mesmo é um viciado assumido.
Dutra diz achar que todo atleta se vicia nas sensações de alívio e euforia que o esporte provoca. "É a mesma sensação de comer um doce, fazer sexo ou ouvir um elogio."
Segundo o técnico, a profissão dele é administrar os vícios dos outros. Um dos sinais de que a pessoa está dependente, para Dutra, é o fato de ela não ouvir o profissional que contratou e desobedecer ao treino planejado. Sem exercícios, ela fica irritada, menos disposta e com o organismo desregulado.
A liberação da endorfina desenvolve o mesmo mecanismo de tolerância das drogas. Quanto mais você se exercita, mais intensa precisa ser a atividade para que se tenha a mesma sensação.
Cláudia, que começou a correr há cerca de um ano e meio e faz pelo menos duas horas de exercícios todos os dias, diz que passou a dedicar mais tempo aos treinos quando viu os resultados. Ela diz que seus principais incentivos são a vontade de superar os próprios limites, a "sensação de vitória" e o bem-estar causado pela liberação da endorfina. "Meu treino é mais gostoso de que praticamente tudo."
Apesar de a empresária não considerar seu ritmo o de uma viciada, ela já fraturou os dois calcanhares por estresse, o que a obrigou a ficar seis meses sem correr. Como ela agüentou? "Eu nadava."


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