São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005
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ingrediente

Pitaia é fruta exótica e decorativa

Flávia Mantovani
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por fora, parece uma alcachofra de casca rosada. Por dentro, pode ser branca ou vermelha e tem sementinhas pretas que lembram as do kiwi. Exótica, a pitaia é muito usada na decoração de festas. Na cozinha, é uma opção para quebrar a monotonia e dar um toque diferente a pratos e sobremesas. Original da América Central, a pitaia pertence à família dos cactos e é cultivada na Colômbia, no México, em Israel e no Vietnã. Na Ásia, é conhecida como "fruta do dragão", pois sua casca lembra as escamas desse animal mitológico.
Há oito anos, é produzida também no Brasil e pode ser encontrada no Mercado Municipal e em supermercados sofisticados de São Paulo. Ainda não é possível comprar pitaia em outros Estados, mas alguns resorts da Bahia já servem a fruta e há testes sendo feitos para expandir seu cultivo para o nordeste do país. A polpa tem consistência parecida com a do kiwi, textura delicada e sabor leve -não é muito doce nem muito ácida e lembra uma mistura de lichia com coco. "Seu sabor suave traz muitas possibilidades de uso", diz o chef Dárcio Santos, que usou a fruta como ingrediente principal em um coquetel da São Paulo Fashion Week de 2003.
No Brasil, podem ser encontradas três variedades da fruta. A mais comum é a de casca vermelha e polpa branca, que pesa em média 450 g. Mais rara, a de polpa vermelha pesa um pouco menos (em torno de 300 g), tem casca de tom vermelho mais intenso e sabor um pouco mais forte. A de casca amarela e polpa branca é a menor de todas- pesa em torno de 250 g-, tem gosto mais doce e é importada, geralmente, da Colômbia.
Refrescante e com alto teor de água (84%), a pitaia é vendida principalmente no verão: a safra vai de dezembro a maio. A fruta é pouco calórica (40 calorias em 100 g) e quase não tem gordura (0,6 g). As sementes -que podem ser comidas com a fruta- possuem um óleo que é levemente laxante.
"O nutriente mais significativo é a vitamina A, que faz bem para a pele e para a visão", diz a bióloga Roberta Mendonza, professora da universidade de Quintana Roo (México), que pesquisou a fruta. A pitaia possui cerca de 2.200 ER (equivalentes de retinol, unidade usada para avaliar a vitamina A) a cada 100 g, mais do que o dobro da cenoura (1.000 ER) e mais do que a recomendação diária -que é de 1.800 ER para homens e 1.400 ER para mulheres.
Firme, a pitaia pode ser cortada em cubinhos e misturada a iogurtes, sorvetes e drinques. Com vodca e açúcar, a de polpa vermelha dá sabor e colorido à caipiroska. Ela também pode ser usada em pratos salgados ou na forma de compota. Mas, segundo Anoemisia Durães Sader, produtora da fruta em Itajobi (interior de São Paulo), a melhor opção é consumi-la in natura. "A maneira mais gostosa é gelar a fruta, partir e comer com colher."
Devido à pequena oferta no país, a pitaia é uma fruta cara: o quilo da vermelha chega a custar R$ 53 (Casa Santa Luzia), mas é possível encontrá-la até por R$ 25 (barraca do Juca, no Mercado Municipal).


Onde encontrar:
Casa Santa Luzia (al. Lorena, 1.471, São Paulo, SP, tel. 0/xx/11/3897-5000. www.santaluzia.com.br)
Empório Santa Maria (av. Cidade Jardim, 790, São Paulo, SP, tel. 0/xx/11/2102-7700. www.emporiosantamaria.com.br)
Mercado Municipal Paulistano (r. da Cantareira, 306, São Paulo, SP, tel. 0/xx/11/3228-0673)
Supermercado Pão de Açúcar (www.paodeacucar.com.br)



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