São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010
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Ganho de desempenho é controverso

Segundo pesquisas apresentadas pelos fabricantes, as roupas de compressão mostram ganhos de potência muscular que variam de 5% a 12%, melhora da acuidade dos movimentos em 70% e maior remoção de lactato (substância responsável pela fadiga durante o exercício).
Já um estudo da Universidade de Indiana, nos EUA, com 16 corredores de longas distâncias, e apresentado em um congresso científico em junho deste ano, não achou diferenças na economia ou na eficiência do exercício com o uso de meias ou polainas de compressão.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte não tem uma posição sobre o assunto. Segundo o presidente, o médico José Kawazoe Lazzoli, são necessários mais estudos. "É como a discussão dos tênis de corrida. Há quem oriente para o modelo adequado à pisada, enquanto outros dizem que o melhor é até correr descalço. Essa imprecisão estimula o marketing boca-a-boca entre usuários, e quem ganha são os fabricantes", diz o treinador Fábio Rosa, da MPR assessoria esportiva.
A popularidade desses acessórios aumenta quando algum fato reforça impressões sobre sua eficiência.
Em 2003, a maratonista inglesa Paula Readcliff bateu o recorde mundial feminino dos 42 km na Maratona de Londres usando polainas compressivas até os joelhos. "Não se comprovou a influência delas no recorde, mas influenciou outros corredores", diz Ricardo Hirsch, que também tem as suas. "Muitas vezes, o atleta só precisa acreditar. O benefício da roupa também pode ser psicológico", afirma.
Centro de discussão foi o traje LZR Racer, da Speedo, responsável por 108 quebras de recordes na natação, em 2008. Por trás da sua ação estava maior flutuabilidade e menor atrito com a água, mas também a compressão: de tão justo, exigia ajuda para ser vestido. Mesmo sem consenso sobre seu poder, foi banido das competições.


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