São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2004
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Segurança pode não ser como pensam pais

Os pais costumam ser os maiores incentivadores da prática na academia, porque, além de promover saúde aos filhos, é sinônimo de segurança. "Lá os professores ficam de olho, e ninguém deixa que ela saia nem para comprar um pão de queijo", diz a publicitária Tereza Cristina Lacarte, 47, mãe de Catarina, 14, que faz as aulas de um programa especial para menores de 15, que inclui pilates, street dance, jazz, musculação e vôlei. "E também não entra nenhum estranho", completa outra mãe, a arquiteta Aracy Rando Ruman, 42. A filha, Fernanda, 13, diz que também gosta da segurança na academia. Ela conta a experiência ruim que teve quando ia a pé para a aula de inglês, acompanhada da funcionária doméstica. "Chegou uma mulher e começou a gritar comigo: "Ô, sua patricinha, tá olhando o quê? Eu acabei de sair da prisão, sabe o que eu posso fazer com você?'", conta a garota, que agora só vai para o inglês, a algumas quadras de casa, dentro do carro. "Prefiro que ele fique na academia, com outros da mesma idade, sem que tenha problema com gente maior e mais violenta", diz Lourdes de Siqueira Bentes, 44, arquiteta, mãe de Lucas, 12, aluno do pólo aquático. Mas a segurança pode não ser total, como pensam alguns pais. Rosana Bento Radominsky, endocrinologista especialista em medicina esportiva, alerta: "Em academia, os jovens ficam muito vulneráveis ao consumo de suplementos para queimar gordura ou aumentar volume muscular, porque "sempre tem alguém para oferecer". Keila Elizabeth Fontana, fisiologista do movimento e professora da UnB (Universidade de Brasília), estima em 40% os adolescentes que usam algum tipo de "aditivo".

Freqüência noturna
Um cuidado que algumas academias dizem tomar é com possíveis investidas de garotos mais velhos. "Hoje elas [alunas mais novas] estão aparecendo cada vez mais à noite, e nós nos preocupamos com o assédio. O ideal seria montar uma turma de alunos com um professor fixo para que ficassem juntos até mais tarde ou, então, puxar para o dia modalidades mais procuradas pelos mais jovens e que estão na grade da noite", diz Adriana de Souza, coordenadora da Fórmula. "Se deixar, elas arrumam namoradinho dentro da academia", diz ela.


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