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Chefs por uma noite
O salão está cheio. No rosto
dos convidados, desenha-se a
mesma expressão de fome.
Com chapéu de mestre-cuca,
Guilherme Bueno de Moraes,
27, finaliza o prato principal da
noite. Só que ele não é chef
nem sequer cozinheiro: Moraes trabalha num banco.
Há um ano, o bancário resolveu juntar a fome, a vontade de
comer e os amigos na INC
Confraria. Trata-se de um grupo de amigos que organiza encontros mensais para cozinhar, comer e conversar num
espaço alugado -com cozinha profissional equipada e salão de restaurante.
"É uma excelente desculpa
para reunir os amigos e, ao
mesmo tempo, fechar negócios", afirma Guilherme. A
idéia foi inspirada na confraria
Amigos de Babete, que já tem
17 anos e se reúne, atualmente,
no mesmo espaço, dentro do
complexo gastronômico Espaço Gourmet, em São Paulo.
Cada confrade paga uma
mensalidade de R$ 165, que
cobre os custos da locação do
espaço, dos ingredientes e de
uma pessoa para lavar a louça.
A cada encontro, três pessoas são responsáveis pelo jantar. Um fica por conta do prato
principal, e os outros cuidam
da entrada e da sobremesa. Até
o dia do encontro, o menu é
mantido em segredo.
Para que o encontro não termine em pizza, o grupo conta
com a assessoria de um chef de
verdade. O jantar começa às
21h, mas quem vai cozinhar
tem de chegar algumas horas
antes. Depois da primeira noite, no entanto, as pessoas começaram a chegar cada vez
mais cedo para acompanhar a
preparação dos pratos -entre
conversas e taças de vinho. "Isso me impressionou bastante,
pois são homens superocupados que separam uma tarde inteira para cozinhar", afirma o
bancário.
Todos os participantes da
confraria que já assumiram a
cozinha ganham um dólmã
(vestuário usado pelos chefs)
com o nome bordado. Ao final, uma salva de palmas mede
o entusiasmo dos convivas
com os "chefs" da noite.
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