São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2011
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HISTÓRIA

Primeiro núcleo de analistas brasileiros foi formado em 1927

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na São Paulo do início do século 20, a Semana de Arte Moderna criou um clima propício à difusão da psicanálise. Artistas da vanguarda logo captaram o alcance da teoria sobre o inconsciente.
Poeta e membro da elite intelectual, o psiquiatra Durval Marcondes foi o primeiro psicanalista do país. Junto com notáveis da antiga Faculdade de Medicina, ele fundou um núcleo de estudos sobre o tema, que, em 1927, resultaria na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
No ano seguinte, Marcondes lançou a "Revista Brasileira de Psicanálise", enviou um exemplar a Freud e comunicou sua intenções de trazer o método ao Brasil.
Freud mandou resposta estimulante: havia até comprado um dicionário de português com o intuito de ler a revista nas férias. A publicação não foi longe, só voltou a ser editada nos anos 1960.
O reconhecimento da Sociedade pela IPA (International Psychoanalytical Association) só veio em setembro de 1951. Demorou décadas porque, para se formarem como analistas e praticarem a clínica, os pioneiros precisavam ser eles mesmos analisados.
Para essa missão, a IPA enviou ao Brasil a psicanalista Adelheid Koch, que emigrou de Berlim com família e gramofone. Depois de um tempo de adaptação, iniciou a análise e a formação dos pioneiros: Marcondes, Flavio Dias, Darcy Mendonça Uchoa, Frank Philips e Virginia Leone Bicudo, socióloga negra de origem proletária, primeira psicanalista não médica na América Latina.
Além de abrir o campo para analistas de outras áreas, Virginia Bicudo também se destacou pela divulgação das teorias freudianas. Em 1950, criou um programa no rádio, "Nosso mundo mental", e, em 1954, estreou coluna na Folha da Manhã. Arrojada, tinha ideias sobre a função social do analista e dava concorridas palestras no auditório do jornal.

Veja a história no Acervo Folha
folha.com/no978095


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