São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
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AMBIENTE

reciclagem coletiva

Coleta seletiva de lixo ganha cada vez mais espaço nos edifícios residenciais paulistanos

RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A separação do lixo doméstico deixou de ser um trabalho de formiga, realizado por pessoas que se dispõem a levar periodicamente o material reciclável a postos de coleta instalados em supermercados e cooperativas de catadores. Em São Paulo, desde que a prefeitura municipal instituiu o programa de coleta seletiva de lixo, em 2002, vem aumentando a adesão de condomínios residenciais.
"Há mais conscientização hoje do que dois ou três anos atrás porque todos falam sobre sustentabilidade e preservação do ambiente. Muito mais gente está preocupada com isso e participando da coleta", afirma Hubert Gebara, vice-presidente de condomínios do Secovi-SP (sindicato da habitação).
A implantação do programa nem sempre parte do síndico ou da administradora -muitas vezes, a ideia encontra resistência justamente daqueles que deveriam incentivá-la. Mas isso não é motivo para desistir, já que qualquer morador pode tomar a iniciativa.
O primeiro passo é descobrir se o condomínio se encontra em uma das áreas de atuação das concessionárias ou de uma cooperativa formada por ex-catadores e cadastrada na prefeitura. O destino do material recolhido é o mesmo -grandes empresas recicladoras-, mas as duas modalidades têm suas particularidades.
As concessionárias que prestam esse serviço na cidade, EcoUrbis e Loga, fornecem contêineres para abrigar o lixo acumulado no edifício entre uma coleta e outra -na maior parte de São Paulo, o serviço é realizado uma vez por semana.
Segundo dados do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), 1.936 condomínios espalhados por 74 dos 96 distritos paulistanos possuem ao menos um contêiner para armazenar o lixo reciclável gerado pelos moradores, mas o número de edifícios residenciais que participam do programa pode ser bem maior, já que nem todos estão aptos a abrigar esses coletores.
"Os prédios construídos antes dessa tendência [de separar o lixo] não têm locais para depositar o lixo inorgânico em suas dependências", afirma Gebara. "Como a coleta desses resíduos não é feita diariamente, esse lixo tem que ser depositado em local apropriado, como um quarto fechado na garagem, para impedir a entrada e a saída de insetos e roedores."
As cooperativas também trabalham com caminhões e equipamentos cedidos pelo poder público, mas precisam conquistar sua clientela. "Elas fazem panfletagem e organizam palestras nos condomínios para informar como as pessoas podem participar e criar uma fidelização", explica Wagner Taveira da Silva, coordenador do programa de coleta seletiva da cidade de São Paulo.
Depois de recolhidos, os resíduos são encaminhados para uma central de triagem, onde são separados de acordo com o material, prensados e vendidos para empresas de reciclagem. Por isso, não é necessário separar em casa ou no edifício os resíduos em vidro, plástico, papel e metal, por exemplo. Basta ter uma lixeira para o material orgânico (ou "úmido") e outra para o inorgânico (reciclável).

No apartamento
Se a implantação da coleta seletiva não for aprovada pelo condomínio, pode-se armazenar o material reciclável em um cantinho do apartamento até o momento de levá-lo a um Posto de Entrega Voluntária ou, nas ruas atendidas pela coleta seletiva, dispor os sacos nas lixeiras comuns que ficam na calçada no dia e no período em que o caminhão passa no local. Como a coleta de lixo comum e reciclável ocorre em dias diferentes, não há risco de confusão.

Saiba como implantar a coleta seletiva no seu condomínio

1) Por telefone, a prefeitura e o Alô Limpeza informam se há coleta seletiva na rua e qual a concessionária ou cooperativa responsável pelo serviço

2) Entre em contato com a concessionária para solicitar a instalação de um contêiner (ou PEV, Posto de Entrega Voluntária) no edifício

3) Se a rua for atendida por uma cooperativa, marque uma palestra para apresentar o programa aos moradores e o empréstimo de um recipiente para acondicionar o lixo

4) A Limpurb também realiza palestras informativas sobre o programa nos condomínios, com direito a teatrinho para incluir as crianças

Faça sua parte

1) Mantenha duas lixeiras em casa: uma para o lixo orgânico e outra para o reciclável. Na segunda categoria, estão objetos de metal, vidro, papel e plástico

2) Lave as embalagens recicláveis e espere até que estejam completamente secas para depositá-las na lixeira correspondente

3) Se seu condomínio não participa da coleta seletiva, contate a prefeitura para saber o dia e o período em que a coleta é realizada em sua rua

4) No dia da coleta, um pouco antes da passagem do caminhão, disponha os sacos com o lixo reciclável no local apropriado em frente ao edifício


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