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AMBIENTE
reciclagem coletiva
Coleta seletiva de
lixo ganha
cada vez mais
espaço nos
edifícios
residenciais
paulistanos
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A separação do lixo doméstico deixou de ser
um trabalho de formiga, realizado por pessoas que se dispõem a levar periodicamente o material reciclável a postos de coleta instalados em supermercados e cooperativas de catadores. Em São
Paulo, desde que a prefeitura
municipal instituiu o programa
de coleta seletiva de lixo, em
2002, vem aumentando a adesão de condomínios residenciais.
"Há mais conscientização
hoje do que dois ou três anos
atrás porque todos falam sobre
sustentabilidade e preservação
do ambiente. Muito mais gente
está preocupada com isso e participando da coleta", afirma
Hubert Gebara, vice-presidente de condomínios do Secovi-SP (sindicato da habitação).
A implantação do programa
nem sempre parte do síndico
ou da administradora -muitas
vezes, a ideia encontra resistência justamente daqueles
que deveriam incentivá-la. Mas
isso não é motivo para desistir,
já que qualquer morador pode
tomar a iniciativa.
O primeiro passo é descobrir
se o condomínio se encontra
em uma das áreas de atuação
das concessionárias ou de uma
cooperativa formada por ex-catadores e cadastrada na prefeitura. O destino do material recolhido é o mesmo -grandes
empresas recicladoras-, mas
as duas modalidades têm suas
particularidades.
As concessionárias que prestam esse serviço na cidade,
EcoUrbis e Loga, fornecem
contêineres para abrigar o lixo
acumulado no edifício entre
uma coleta e outra -na maior
parte de São Paulo, o serviço é
realizado uma vez por semana.
Segundo dados do Limpurb
(Departamento de Limpeza
Urbana), 1.936 condomínios
espalhados por 74 dos 96 distritos paulistanos possuem ao
menos um contêiner para armazenar o lixo reciclável gerado pelos moradores, mas o número de edifícios residenciais
que participam do programa
pode ser bem maior, já que nem
todos estão aptos a abrigar esses coletores.
"Os prédios construídos antes dessa tendência [de separar
o lixo] não têm locais para depositar o lixo inorgânico em
suas dependências", afirma Gebara. "Como a coleta desses resíduos não é feita diariamente,
esse lixo tem que ser depositado em local apropriado, como
um quarto fechado na garagem,
para impedir a entrada e a saída
de insetos e roedores."
As cooperativas também trabalham com caminhões e equipamentos cedidos pelo poder
público, mas precisam conquistar sua clientela. "Elas fazem panfletagem e organizam
palestras nos condomínios para informar como as pessoas
podem participar e criar uma
fidelização", explica Wagner
Taveira da Silva, coordenador
do programa de coleta seletiva
da cidade de São Paulo.
Depois de recolhidos, os resíduos são encaminhados para
uma central de triagem, onde
são separados de acordo com o
material, prensados e vendidos
para empresas de reciclagem.
Por isso, não é necessário separar em casa ou no edifício os resíduos em vidro, plástico, papel
e metal, por exemplo. Basta ter
uma lixeira para o material orgânico (ou "úmido") e outra para o inorgânico (reciclável).
No apartamento
Se a implantação da coleta
seletiva não for aprovada pelo
condomínio, pode-se armazenar o material reciclável em um
cantinho do apartamento até o
momento de levá-lo a um Posto
de Entrega Voluntária ou, nas
ruas atendidas pela coleta seletiva, dispor os sacos nas lixeiras
comuns que ficam na calçada
no dia e no período em que o caminhão passa no local. Como a
coleta de lixo comum e reciclável ocorre em dias diferentes,
não há risco de confusão.
Saiba como implantar a coleta seletiva no seu condomínio
1) Por telefone, a prefeitura e o Alô Limpeza informam se há
coleta seletiva na rua e qual a concessionária ou cooperativa responsável pelo serviço
2) Entre em contato com a concessionária para solicitar a instalação de um contêiner
(ou PEV, Posto de Entrega Voluntária) no edifício
3) Se a rua for atendida por uma cooperativa, marque uma palestra para apresentar o programa aos moradores e o empréstimo de um recipiente para acondicionar o lixo
4) A Limpurb também realiza palestras informativas sobre o programa nos condomínios, com direito a teatrinho para incluir as crianças
Faça sua parte
1) Mantenha duas lixeiras em casa: uma para o lixo orgânico e outra para o reciclável. Na segunda categoria, estão objetos de metal, vidro, papel e plástico
2) Lave as embalagens recicláveis e espere até que estejam completamente secas
para depositá-las na lixeira correspondente
3) Se seu condomínio não participa da coleta seletiva, contate a prefeitura para saber o
dia e o período em que a coleta é realizada em sua rua
4) No dia da coleta, um pouco antes da passagem do caminhão, disponha os sacos com o lixo reciclável no local apropriado em frente ao edifício
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