São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004 |
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alecrim Consumo de pimenta deve ser moderado
Apesar do tamanho maior, a mexicana jalapeño é mais suave
que a
malagueta
Se a língua "queimar" com aquela pimentinha
curtida, evite o primeiro impulso e não beba
água, pois ela só espalha a ardência pela boca.
Coma um pedaço de pão ou beba algo gorduroso como
leite ou iogurte, pois isso remove a substância oleosa
responsável pela sensação de calor. A dica é do livro
"Dicionário Gastronômico Pimentas com Suas Receitas", lançado esta semana no evento gastronômico Boa
Mesa, em São Paulo, e que reúne informações sobre 51
tipos de pimenta e curiosidades.
Uma das especiarias mais consumidas no mundo, a
pimenta vem ganhando novos adeptos mas ainda gera
divergência em relação aos seus efeitos para a saúde.
Embora alguns nutricionistas apregoem os seus benefícios, como alta concentração de vitamina C, função antioxidante e ação digestiva, é preciso tomar cuidado
com o seu consumo exagerado por causa da capsaicina,
componente do fruto e responsável pela ardência que
domina o paladar.
As mais picantes, especialmente as curtidas em azeite
-o que aumenta a concentração dessa substância-,
são prejudiciais para quem tem úlceras, gastrites ou hemorróidas. "Quem tem fissuras ou fístulas [lesões na
mucosa] deve realmente evitar o consumo de pimenta
para não agravar o problema", orienta o coloproctologista do hospital Sírio Libanês, Marcelo Averbach. "Quanto
aos efeitos cancerígenos ou anticancerígenos, os resultados não são conclusivos para afirmarmos nada. Ainda
estão em estudo", complementa a professora do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da
USP, Deborah Markowicz Bastos.
Essa substância também estimula as terminações nervosas da boca. A estimulação em excesso pode destruir
esses sensores, afetando o paladar. Essa é uma das causas
do aumento da tolerância à ardência em pessoas que passam a comer pimentas cada vez mais fortes, segundo Antônio Lapa, professor de Farmacologia da Universidade
Federal de São Paulo.
Pela sua ação reflexa nos estímulos nervosos, responsáveis, por exemplo, pelo aumento do suor e das lágrimas.
No entanto, a capsaicina vem sendo estudada para o tratamento de dores crônicas, com aplicações em doenças
como artrite reumatóide. "A aplicação dessa substância é
tópica, no local, feita por especialistas em saúde. Não
adianta as pessoas comerem pimenta com esse fim", adverte Lapa.
A capsaicina pode atuar de forma benéfica ou nociva, a
diferença está na dosagem consumida. "Como a quantidade varia na concentração de cada pimenta, não dá para
avaliar isso na feira, só no laboratório", diz o farmacologista. O conselho dos especialistas então é: "consuma
moderadamente".
Serviço: "Dicionário Gastronômico Pimentas com Suas Receitas", de Nelusko Linguanotto Neto, Boccato Editores, 160 págs., R$ 116 Salsa Vermelha
Calorias: 36,61; proteínas: 1,24g; carboidratos: 7,03g; lipídios: 0,38g* Ingredientes (para 10 porções): - 1 kg de tomates vermelhos maduros - 3 cebolas médias; 3 dentes de alho - 3 folhas de louro; 1/ 3 de maço de coentro fresco - 5 pimentas do tipo jalapeño Como fazer Cozinhe na pressão todos os ingredientes menos o coentro, por cinco minutos. Em seguida, bata no liqüidificador.até obter a consistência de molho. Acrescente sal à gosto. Adicione em seguida o coentro fresco picado. Misture tudo e deixe esfriar. Guarde na geladeira por no máximo dois dias. *Valor nutricional calculado por porção pela RG Nutri (tel 0/xx/11/3044-4047, www.rgnutri.com.br) Texto Anterior: Internet saudável Próximo Texto: Faça você mesmo Índice |
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