São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008
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INGREDIENTE

Tâmara é encontrada em 40 variedades

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


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NO EGITO, ACREDITA-SE QUE O VISITANTE QUE PROVAR UMA TÂMARA FRESCA VOLTARÁ AO PAÍS


Fruto de uma palmeira, a tâmara é um alimento essencial para os povos que vivem nas regiões desérticas do norte da África e do Oriente Médio, de onde é originária. Diz-se até que um beduíno resiste por três dias de marcha com uma só tâmara: no primeiro, ele come a pele; no segundo dia, o fruto e no terceiro, o caroço. No Egito, acredita-se que o visitante que provar uma tâmara fresca voltará àquele lugar no futuro.
As frutas são produzidas em cachos de mais de dez quilos, que contêm cerca de mil tâmaras. Seu cultivo remonta à pré-história. Sabe-se que os romanos tinham grande apreço por elas, que eram usadas também como adoçante, já que o açúcar era praticamente desconhecido na época.
A produção mundial está concentrada no Egito, Irã, Arábia Saudita, Paquistão, Iraque e outros países dessa região, que respondem por aproximadamente 98% do volume comercializado. Estados Unidos, Espanha e México produzem o restante, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). Nesses locais, é possível encontrar de 30 a 40 variedades à venda nos mercados durante o período de safra.
No Brasil, onde não há produção comercial da fruta, tâmaras desidratadas são vendidas em grandes supermercados nas proximidades do Natal ou em empórios de produtos finos. Como a maioria dos frutos desidratados, possui alta concentração de açúcar e de fibra solúvel, que colabora para o funcionamento do intestino.
"Em cem gramas há 9,2 gramas de fibra, um terço das necessidades diárias desse componente, que todo mundo deixa de comer", afirma a nutricionista Andréa Esquivel. Trata-se também de uma fruta altamente energética, com 276 calorias a cada cem gramas. Ainda de acordo com a nutricionista, o teor de potássio é muito maior que o encontrado na mesma quantidade de banana (650 mg e 396 mg, respectivamente). Por ter baixa quantidade de frutose e glicose, pode ser consumida por diabéticos, desde que acompanhada de outros alimentos e em pequenas quantidades.
Na culinária, essa fruta exótica pode ser empregada em bolos, sobremesas, saladas ou para incrementar inúmeros pratos, como o cozido persa cuja receita acompanha este texto.


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