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TROCA DE PAPEL
Pediatras também se desesperam
Pode parecer brincadeira, mas a pediatra Patricia
Garcia, 35, mãe de dois adolescentes de 16 e 14 anos,
também se estressa com o choro da filha Victória,
nascida há pouco mais de um mês. Apesar da dupla
experiência como mãe e da profissão, Patricia não
disfarça a angústia. "Passo pelas mesmas agonias das
mães de primeira viagem. A gente tem o hábito de
pensar o pior." Para ela, sua insegurança é resultado da
falta de prática, já que não era mãe de bebês há quase 15
anos.
Recentemente, Victória teve cólica e não tinha forças
para mamar. O choro deixou Patricia desesperada.
Mesmo sabendo que não era doença, a angústia de mãe
deixou-a sem condições de examinar a filha. A saída foi
recorrer a outro pediatra para ter certeza de que não
havia nada de errado. "Quando a gente está envolvida,
pensa que qualquer besteira é uma coisa mais séria."
Motivada pela maternidade, Patricia diz que, quando
voltar a clinicar, será mais paciente com as angústias das
mães. "O médico deve ter cuidado para não ficar
insensível. Quando a gente vivencia o outro lado é que
entende isso. É importante sentir o outro, sensibilizar-se
sem esquecer o lado racional. Agora que sou mãe de
novo, vou ser mais paciente."
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