São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000
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TROCA DE PAPEL

Pediatras também se desesperam

Pode parecer brincadeira, mas a pediatra Patricia Garcia, 35, mãe de dois adolescentes de 16 e 14 anos, também se estressa com o choro da filha Victória, nascida há pouco mais de um mês. Apesar da dupla experiência como mãe e da profissão, Patricia não disfarça a angústia. "Passo pelas mesmas agonias das mães de primeira viagem. A gente tem o hábito de pensar o pior." Para ela, sua insegurança é resultado da falta de prática, já que não era mãe de bebês há quase 15 anos.
Recentemente, Victória teve cólica e não tinha forças para mamar. O choro deixou Patricia desesperada. Mesmo sabendo que não era doença, a angústia de mãe deixou-a sem condições de examinar a filha. A saída foi recorrer a outro pediatra para ter certeza de que não havia nada de errado. "Quando a gente está envolvida, pensa que qualquer besteira é uma coisa mais séria." Motivada pela maternidade, Patricia diz que, quando voltar a clinicar, será mais paciente com as angústias das mães. "O médico deve ter cuidado para não ficar insensível. Quando a gente vivencia o outro lado é que entende isso. É importante sentir o outro, sensibilizar-se sem esquecer o lado racional. Agora que sou mãe de novo, vou ser mais paciente."


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