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Ingredientes
Hadoque é "primo rico" do bacalhau
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aparentado do bacalhau, o hadoque é uma
espécie de "primo rico" da família. Além
de custar um pouco mais caro,
seu sabor é considerado mais
fino e apropriado a um maior
número de receitas. "Ele é mais
versátil do que o bacalhau porque não tem gosto tão acentuado nem é tão salgado", afirma
Marie-France Henry, proprietária do bistrô La Casserole, no
largo do Arouche, na região
central de São Paulo.
Assim como o bacalhau, o hadoque é pescado nos oceanos
Ártico e Atlântico Norte. Seu
tamanho médio é um pouco
menor, por volta de 50 cm, mas
há registros de espécimes com
mais de um metro de comprimento. Seu dorso é marrom escuro ou roxo acinzentado, com
uma linha preta lateral e uma
espécie de "impressão digital"
de cada lado.
Na culinária, os dois peixes
disputam a preferência dos comensais. Enquanto os islandeses preferem o hadoque, em
Portugal, o bacalhau é mais popular. "Aqui, devido à nossa relação com Portugal, temos mais
familiaridade com o bacalhau.
O hadoque não foi incorporado
à culinária da mesma maneira",
afirma Henry.
Uma das receitas francesas
mais clássicas é o hadoque em
postas ao molho holandês -riquíssimo em gordura, mas ainda suave, ele escolta muito bem
o peixe.
Segundo a proprietária do Le
Casserole, a técnica de cozimento é sempre a mesma: a
posta é levada ao fogo com leite
para dessalgar e amaciar.
Depois, sua carne firme permite muitas maneiras de preparo, a partir do peixe inteiro
ou desfiado. "Ele aceita muito
bem, por exemplo, molhos à
base de frutas com certa acidez.
Um curry muito leve ou receitas com lentilha também vão
bem", diz.
Quando desfiado, pode ser
usado como ingrediente principal de quiches, crepes e folhados. A receita de "quenelle" que
aparece nesta página, por
exemplo, poderia ser feita somente com hadoque, mas o namorado entra para baratear seu
custo final.
No Brasil, o pescado é vendido geralmente defumado, mas
também pode ser encontrado
fresco ou industrializado. Por
não se adaptar bem ao processo
tradicional de salga, costuma
ser curado por secagem e só depois defumado.
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