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fitness
Companhia para correr
Novidade em academias do Rio e de São Paulo, "running class" propõe corrida em grupo nas esteiras
CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Imagine uma aula de
"spinning" em que, no
lugar das tradicionais bicicletas e pedaladas ritmadas, haja esteiras supermodernas e muita corrida. Essa é a
proposta da "running class",
nova modalidade que atrai, nas
academias do Rio e de São Paulo, adeptos em busca do fôlego
necessário para depois correr
na praia ou nos parques.
"No terceiro dia de aula,
qualquer um, por mais "paradão" que seja ou esteja, conseguirá fazer a aula toda, correr os
45 minutos. Claro que no seu
ritmo, mas já estará correndo.
A aula é muito motivadora e até
eleva a auto-estima do aluno.
Quem pensou que nunca correria na vida se supera e corre",
diz Gustavo Taveira, professor
de educação física da academia
Rio Sport Center Recreio.
Segundo ele, a "running
class" aposta em transformar a
esteira, normalmente monótona e pouco exigente, em algo divertido e mais puxado. A aula,
que deve ser feita três vezes por
semana, começa com uma caminhada ou um trote de aproximadamente dez minutos e
acaba com um alongamento na
própria esteira.
Durante o percurso, o professor "brinca" com a velocidade,
que varia entre 8 km/h e 15
km/h, e com a inclinação do
aparelho, que simula subidas
de vários tipos.
"É uma aula que pode ser feita por qualquer um que tenha
passado pela avaliação física da
academia. Tem gente de 15
anos e de 60 anos vindo aqui.
Eu sempre fico de olho na freqüência cardíaca deles e não
deixo ir abaixo de 60% nem acima de 85%. Meu trabalho se baseia na "percepção do esforço".
Não exijo de ninguém o que a
pessoa não pode dar", explica.
Quem pratica corrida fortalece, sobretudo, os músculos
inferiores e melhora a condição
cardiovascular. De quebra, perde alguns quilos. Dependendo
do nível de esforço e do perfil da
pessoa, são gastas entre 300 e
700 calorias por aula, mais do
que no "spinning". A explicação, segundo os professores, é
que, na esteira, há mais grupos
musculares ativos.
Além da animação garantida
pela prática de exercício em
grupo, para quem está começando, correr na esteira protege as articulações porque o aparelho absorve o impacto.
O DJ e produtor musical Carlos Lago da Costa, 28, aderiu à
aula de corrida na esteira há
três meses e conta, orgulhoso,
que já é capaz de fazer tudo o
que o professor manda. "No
primeiro dia, eu pensei: "Não
vou conseguir. Sou um homem
que aperta botões e que só corre para pegar ônibus". Mas, depois de um mês de dedicação,
parei de ter de fingir que não
escutava o professor e de fazer
mutreta para diminuir a velocidade e a inclinação", conta.
O empresário Sérgio Fayne,
59, é o mais velho da turma da
academia A! Body Tech Gávea,
mas não fica atrás. "Começo a 9
km/h e chego a 14 km/h. Corro
o tempo todo, acompanhando o
pessoal que tem, em média, 30
anos", diz. Depois de sofrer
uma inflamação no púbis por
correr muito na rua, Fayne ouviu de seu médico a recomendação de passar a usar a esteira,
em que o impacto do exercício é
muito menor. Hoje, está bem e
já alterna a esteira com a rua.
O diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Roberto
Esporcatte, lembra a importância de passar por uma boa
avaliação física antes de aderir
à nova modalidade. "Quem tem
mais de 40 anos deve realizar
um teste ergométrico, e todos
precisam usar tênis com calcanhar mais elevado e com absorção de impacto para evitar dores articulares", explica.
Segundo ele, o coração não é
a única parte do corpo que
agradece o esforço da corrida.
"A atividade física controla a
pressão arterial e ajuda a diminuir a glicose, os triglicérides e
o peso." Na comparação com o
"spinning", o cardiologista não
hesita: fica com a esteira. "Todo
mundo aprende a andar e a correr antes de pedalar. É um exercício mais natural, mais fisiológico e mais simples."
O preço da "running class"
está incluído no valor da mensalidade das academias.
[...] Dependendo do nível de esforço, são gastas entre 300 e 700 calorias por aula
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