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Condomínios esbarram em questão ambiental no litoral

Projeto de expansão da Riviera de São Lourenço, por exemplo, está parado na Justiça

PAULA CABRERA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ritmo de novos loteamentos e condomínios horizontais lançados nas cidades do litoral de São Paulo vem desacelerando nos últimos dois anos.

Mesmo com melhorias no acesso a cidades como Ubatuba (a 226 km de São Paulo), São Sebastião (a 191 km) e Caraguatatuba (a 173 km), a escassez de terrenos na região e as normas de proteção ambiental reduziram os empreendimentos desse tipo.

Thales Luiz Vital, consultor imobiliário da Wesley Modesti, com atuação no litoral Norte, diz que as ofertas começaram a diminuir pouco depois do boom imobiliário de 2010. "É difícil porque a conta não fecha. O metro quadrado custa de R$ 3.000 a R$ 3.500. Com terrenos caros, fica difícil vender por bons preços. Fica proibitivo."

Premiado pelo Secovi em 2011 pela inovação, o Condomínio West Whales, com apenas quatro casas na praia da Baleia, em São Sebastião, levou dois anos para ser 100% vendido.

"É um projeto de alto padrão, mas o preço do metro quadrado já construído custou de R$ 10 mil a R$ 15 mil", diz Daniel Ribeiro da GD8 Incorporadora, responsável pelo empreendimento. O "condomínio pé na areia" não tem áreas comuns, mas cada unidade tem piscina, jardim e cinco quartos.

A Riviera de São Lourenço, um dos projetos pioneiros de loteamento aberto no litoral, é tida como modelo para outras cidades da região. O empreendimento, que fica em Bertioga (a 103 km de SãoPaulo) e foi lançado há 33 anos, também já tem restrições de terrenos.

"Temos planos de expansão, pois a procura é muito grande, mas o projeto está parado no Ministério Público desde 2011 por causa de possíveis impactos ambientais", diz Luiz Augusto Pereira, diretor da Sobloco, empresa responsável pelo projeto.

"Há terrenos, casas e apartamentos disponíveis na Riviera, mas o preço do metro quadrado varia de R$ 3.500 a R$ 15 mil. E, com escassez de ofertas, os preços não devem cair", acrescenta.

Marcel Fantin, mestre em planejamento urbano e regional e responsável pelo diagnóstico de áreas protegidas do projeto Litoral Sustentável, diz que 60% da área do litoral norte é protegida por lei. O desmatamento, por exemplo, é proibido. Em caso de permissão para a retirada de árvores, é preciso compensar a alteração muitas vezes replantando em outro espaço.

"Há uma disputa entre a questão urbana e a ambiental. Há o desejo de expansão, e Bertioga é exemplo disso. Você não pode expandir ao custo da qualidade ambiental", afirma Fantin sobre uma discussão que tem sido travada desde 1980. "Não é algo novo, mas que tomou maior proporção nos últimos anos com a escassez de terrenos, principalmente à beira mar", diz.


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