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Especial / Mercado MPME

Empresas unem missão social a negócios

Companhias conseguem ser bem-sucedidas financeiramente ao atender a público com carência de serviços

Foco dessas iniciativas é tentar resolver problemas do público de baixa renda em áreas como saúde e educação

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

A Saútil, empresa dona de site que dá informações sobre onde encontrar medicamentos fornecidos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), faturou R$ 250 mil em 2012 e prevê receita de R$ 1,5 milhão neste ano.

O caso da companhia de São Paulo é uma mostra de que é possível buscar resolver um problema da sociedade e ser bem-sucedido financeiramente ao mesmo tempo.

Situadas na fronteira entre as empresas tradicionais e as ONGs, essas iniciativas são voltadas para as classes C, D e E. É um público que, apesar de ter aumentado sua capacidade de consumo, ainda tem carências no acesso a serviços em áreas como educação, saúde e moradia.

"Há uma população na base da pirâmide que está desejosa de adquirir esses serviços, desde que sejam de qualidade e caibam no bolso", afirma Vivianne Naigeborin, assessora estratégica da Potencia Ventures, organização norte-americana que apoia negócios sociais.

O problema que Edgard Morato, 39, resolveu enfrentar com a Saútil foi a dificuldade de usuários do SUS de saber onde obter remédios gratuitos e o que fazer para recebê-los. "Cada medicamento tem uma maneira correta de ser retirado. Em alguns casos exigem-se exames, em outros, não", afirma.

Morato conta que, quando lançou o site, em 2010, não tinha um plano claro de como ganharia dinheiro. Sua motivação era ter um projeto pessoal com impacto positivo.

"Apesar de eu ser dono de uma agência de publicidade, eu estava um pouco cansado de só pensar para os outros. Queria usar tudo o que sabia para um negócio meu."

Hoje, a Saútil obtém receita por meio de publicidade e também com um serviço que transmite informações sobre o SUS por telefone, para assinantes --empresas pagam pelo sistema para oferecê-lo como benefício a funcionários.

A partir de setembro, o serviço deve ser vendido a clientes finais, por valores entre R$ 5 e R$ 10.

PROJETO PESSOAL

Claudio Sassaki, 39, que é formado em administração e pedagogia e trabalhava em um bancos de investimentos, diz que resolveu montar um negócio assim mais por realização pessoal do que pela percepção de uma oportunidade de mercado.

Com um sócio, criou um sistema de "aprendizagem adaptativa", oferecido pela empresa Geekie.

Trata-se de uma ferramenta on-line que indica as melhores formas de apresentação do conteúdo de uma matéria. Isso é feito a partir de uma prova de diagnóstico e de atividades realizadas pelos estudantes.

O produto foi lançado em 2012 e adotado em 60 escolas particulares e públicas.

Para cada cliente que consegue em colégios particulares, que pagam pelo uso do sistema, ele dá o direito de uso para alunos de escola pública de modo gratuito.

Para Sassaki, isso permite, ao mesmo tempo, dar uma missão social ao negócio e permitir que ele cresça.

"Se não houver sustentabilidade financeira, lucro, não há sonho que se sustente sozinho", afirma.

Ele não revela o faturamento da empresa.


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