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Especialização e inglês salvam o bom salário do profissional

DE SÃO PAULO

Seguindo a filosofia de que, quando a maré baixa, se descobre quem estava nadando nu, a menor demanda por engenheiros faz com que aumente a necessidade de especialização e qualificação dos profissionais da área.

Especialistas ouvidos pela Folha disseram que, embora estejam aparecendo mais profissionais em busca de vagas, muitos ainda não têm a qualificação desejada.

"Há dois ou três anos, a falta de mão obra realmente pegou forte, foi um problemaço. Não tinha gente", diz Roberto Coltro, gerente da área de engenharia da consultoria de recursos humanos Hays.

"Hoje, o cenário é bem mais estável, mas ainda faltam bons profissionais experientes, e o inglês continua sendo um problema. O salário dos qualificados é bom."

Ele cita o exemplo da engenharia civil. Como sempre houve várias construtoras brasileiras grandes, muitos profissionais fizeram boas carreira na área sem que tivessem de apresentar um bom nível de inglês.

O problema é que muitas das vagas abertas agora são de multinacionais, que não têm como contratar alguém que não fale a língua. "São vagas boas, e a nossa dificuldade para preenchê-las é a língua", diz Coltro.

"Além disso, infelizmente, grande parte dos formados não tem o nível desejado. Nesse sentido, ainda há apagão."

A impressão é compartilhada por outros recrutadores.

"Quando recebemos recém-formados, por exemplo, sabemos que eles são só tornarão bons engenheiros com o passar do tempo", diz Rodrigo Moralez, diretor de engenharia da Progen.

"Eles não saem da faculdade com o ferramental técnico adequado ao nosso trabalho, mesmo nas melhores faculdades. Aproveitamos o raciocínio, a capacidade de aprender. Mas, na área de projetos, brincamos que demora uns 12 anos para a pessoa ter dez anos de experiência."

Ele lembra que, em uma comparação internacional, o engenheiro brasileiro é mais caro e não necessariamente mais competente. Moralez cita os engenheiros espanhóis, segundo ele, muito qualificados e mais baratos.

Trazê-los ainda é uma possibilidade? Para Coltro, nem sempre. "É caro, para fazer o processo seletivo tem de trazer o sujeito, demora. E depois ele pode não se adaptar. Muitas empresas preferem uma solução local", diz.


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