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Sites fazem escambo de produtos e aulas

Novas plataformas apostam em comércio sem dinheiro; o desafio é encontrar uma forma de faturar com a ideia

Em um dos serviços, tempo usado para ensinar alguém pode ser trocado por créditos para aprender algo

DE SÃO PAULO

O universitário Diogo Toledo, 26, oferece auxílio com matemática financeira. Julio Sena, 23, editor de vídeos, dá aulas de produção para o cinema. E Giovanna Svizzero, 22, pode dar seu tempo para ensinar temas como o programa Photoshop, manicure criativa e "fotografia e bons drinks".

Eles estão na plataforma Bliive, uma página na web para quem se propõe a ensinar algo em troca de um crédito para aprender. O Trocaki, um outro site, também promove trocas sem dinheiro, mas de produtos, e não de "experiências".

Svizzero já deu quatro aulas e usou parte dos créditos que ganhou com uma outra usuária que lhe ensinou a fazer fraldas de pano.

Lorrana Scarpioni, 23, diretora-executiva da Bliive, conta que a ideia nasceu depois de ela assistir dois documentários; um sobre como a internet pode facilitar a colaboração entre desconhecidos e o outro mostrava como o dinheiro pode causar uma escassez irreal --já que as pessoas têm habilidades e talentos que não conseguem monetizar.

Como ganhar dinheiro com a plataforma é algo que Sarpioni ainda não resolveu. Ela pensa em duas formas: oferecer o serviço para que empresas promovam colaboração entre funcionários e fazer parcerias com universidades.

"Percebemos que tínhamos muito público universitário, que é gente que está entrando no mercado de trabalho e quer mostrar como entende de um assunto e talvez consiga fazer contatos."

Um deles é Toledo, estudante de gestão financeira que oferece ajuda a quem queira aprender o assunto. "Para oferecer ajuda no Bliive não preciso de certificação", explica.

Quem entra no site ganha um crédito de cinco horas para gastar com experiências que estão na plataforma. Para ganhar mais, é preciso doar tempo ensinando algo.

Fazer trocas sem dinheiro "muda a noção do valor das coisas, parece que fica mais humano", afirma Sena, que deu uma aula de produção para cinema, tema que aprendeu em um curso que já fez, mas pagando.

O Trocaki é para troca de bens físicos. Um dos fundadores, Murilo Quadros, 22, está no último ano de engenharia de computação. Ele conta que, na faculdade, percebeu que há alunos que precisam de livros didáticos que veteranos podem já ter.

Assim nasceu a ideia, que evoluiu para trocas de maneira geral. Eles estudam maneiras de ganhar dinheiro com empresas que já vendem produtos usados, como sebos. "Fazer negócios indo atrás de algo que está ocioso e dar uma utilidade é uma tendência", afirma Quadros. O site conta com cerca de 800 usuários, mas eles ainda não trocaram muita coisa: por enquanto, foram 15 operações. (FELIPE GUTIERREZ)


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