Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Falta de informação complica decisão

Ao optar por curso, profissional deve fazer uma autoavaliação

Aluno deve analisar se planeja continuar na mesma área e se quer ser chefe

DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO

Quem quiser fazer uma pós graduação tem 5.560 cursos que permitem seguir na carreira acadêmica, segundo dados da Capes, o setor do Ministério da Educação que regulamenta os cursos de mestrado e doutorado.

Se o intuito for fazer aulas de aperfeiçoamento profissional, que não dão créditos dentro das universidades, o número é ainda maior, diz Marcelo Saraceni, presidente da associação de instituições de pós-graduação.

Ele estima que existam pelo menos 125 mil cursos no Brasil, das mais distintas durações e especialidades.

"É facílimo se perder no emaranhado de opções", diz a consultora Claudia Gonçalves, especializada nesse tipo de formação.

Ela sugere que, antes mesmo de pensar em qual curso fazer, é preciso pensar no que se quer da carreira (veja diferentes objetivos propostos na página 2).

Gonçalves lista perguntas que o profissional deve fazer a si mesmo sobre aonde quer chegar: quer mudar de área? O intuito é ser um especialista? Ou um chefe?

E, depois, analisar o momento da carreira --se está muito no início, talvez seja interessante fazer um curso mais técnico e menos estratégico para suprir falhas da graduação ou aprender mais sobre o cargo.

É preciso saber a finalidade e a vantagem de cada curso. "Áreas da logística, tecnologia e a parte operacional dos hospitais demandam especialistas com mestrado profissional", afirma Renato Pedrosa, pesquisador da Unicamp em educação. "Já em áreas técnicas da engenharia, produção, gestão e economia, cursos de curta duração têm mais apelo."

O primeiro passo, saber aonde quer chegar, é o mais simples, diz Gonçalves. O segundo, buscar informações, é mais traiçoeiro.

Isso porque as instituições brasileiras não têm o hábito de disponibilizar as informações de maneira clara.

"Muitos cursos fazem propaganda de competências generalistas, como possibilitar criar a criação de uma visão abrangente'. É abstrato. Parece horóscopo, qualquer um que lê acha que se encaixa."

É indicado conversar com outros alunos da instituição para verificar se o futuro aluno vai se encaixar.

Em outros países, como os EUA, os cursos têm sites com informações a respeito dos professores e alunos --é possível saber, por exemplo, a idade média dos estudantes de cada curso, no que eles trabalham, qual a porcentagem de homens e mulheres e quais as empresas que costumam recrutar profissionais dali.

Foi de algo assim que o casal de administradores Vagner Paes, 31, e Tatiana Pereira, 29, sentiu falta quando começaram a buscar um MBA.

"As informações não estavam completamente disponíveis nos sites. Os processos seletivos não pareciam rigorosos, o que dava a sensação de que a gente iria estudar com pessoas pouco selecionadas", afirma Pereira.

No fim de 2012, eles começaram a cursar MBA na IE Business School, na Espanha. Para isso, desembolsaram € 120 mil, no total.

Adriano Lesme, 26, viu na dificuldade de obter informações a chance de montar um negócio. O site dele, Minha Pós, visa ajudar o profissional a escolher o curso."Geralmente, as informações públicas são as que ficam mais escondidas. Até universidades de excelência têm problemas na divulgação", diz.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página