Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Roteiro de mestre

Roteiristas fazem pós para ganhar referências e portfólio para aproveitar demanda da TV paga

HELOISA BRENHA DE SÃO PAULO

De olho em um mercado aquecido à força de lei, profissionais de mídia e aspirantes a escritor estão sacudindo a poeira de suas ideias para filmes, programas e séries de TV guardadas na gaveta.

Em setembro, a cota para programação brasileira estabelecida pela Lei da TV Paga atingiu sua exigência máxima --3h30 de conteúdo nacional no horário nobre (das 18h às 24h).

A medida aumentou a demanda por roteiristas, em especial pelos familiarizados com a narrativa das séries de televisão. Novos profissionais buscam um lugar nesse meio, mas produtoras e emissoras de TV ainda relutam em contratar desconhecidos.

Donos de produtoras e roteiristas experientes ouvidos pela Folha apontam que cursos de especialização podem ajudar a ganhar experiência e a entrar nesse mercado.

"Ainda há quem aposte que só sua criatividade e as boas histórias que conta para os amigos bastam para ser roteirista. Mas é preciso uma formação sólida em dramaturgia e em narrativa audiovisual", diz Ricardo Tiezzi, coordenador da pós em roteiro da FAAP, uma das poucas "lato sensu" do país.

A maioria dos cursos da área são livres, de curta duração. A pós dura em média dois anos e uma vantagem é que os exercícios de roteiro e o trabalho de conclusão contam como portfólio.

Formado em midialogia, Gabriel Jubé, 24, foi contratado na produtora Departamento Ficcional depois de apresentar suas práticas de roteiro feitas na pós. Hoje, ele escreve para programas de TV como "A Vida de Rafinha Bastos", do FX.

"Existe o talento, mas não dá para contar só com ele. Roteiro é trabalhar duro, pesquisar referências, pensar constantemente na história. Na pós-graduação, descobri que sou capaz de sustentar uma narrativa para a tela", diz.

A pós-graduação também foi um divisor de águas para o roteirista carioca Mauricio Zacharias, 50.

Economista de formação, ele abraçou o cinema e resolveu fazer mestrado na meca do roteiro, a USC (Universidade do Sul da Califórnia), em Los Angeles, nos anos 90.

A universidade funciona como um estúdio e elege histórias produzidas pelos alunos para produzir em filme, com recursos próprios.

O curso deu uma guinada em sua carreira. Depois da experiência, Zacharias radicou-se nos EUA e assinou filmes premiados, como "O Céu de Suely" (2002) e "Deixe as Luzes Acesas" (2012).

"Não acho que seja essencial fazer um supermestrado, mas, sim, adquirir uma formação básica. O roteiro demanda um processo criativo muito intenso, mas por trás dele há uma base técnica e um trabalho de escritor. Cursos de especialização fazem você passar por essa experiência", diz.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página