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Arturo Piñero - Presidente da BMW

Brasileiro não notou as mudanças do país

PARA O PRESIDENTE DA BMW BRASIL, ASCENSÃO DE CLASSES PERMITIU INÍCIO DE NOVO CICLO NO SETOR

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

O presidente da BMW no Brasil, Arturo Piñero, é otimista por experiência. Acredita no potencial do país por ter enfrentado as adversidades da economia no passado.

Suas histórias sobre o ingresso no setor automotivo brasileiro na década de 1980 são usadas hoje para justificar a aposta da marca no país. O grupo investe R$ 1 bilhão em uma fábrica local, plano responsável por fazer Piñero retornar ao Brasil depois de mais de 20 anos no exterior.

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Trajetória passada
Naquela época, na concessionária, tinha o fenômeno da boca. Era um mercado paralelo de carros, de pessoas que compravam e vendiam pelo Brasil. Quando você queria saber preço, ligava para a boca, como se fosse uma Bolsa. O negócio era movido muito a giro de estoques e aplicação financeira.
Esse histórico atrasou muito a entrada de marcas. Na época, o país representava risco, incerteza.

Visão atual
O Brasil tem hoje uma economia mais sólida. É mais previsível. Não é uma economia com pés de barro.
Todo brasileiro nascia antes com duas preocupações: o que ia comer e a dívida externa. Hoje, você entra aqui e vê que a economia move dinheiro, é dinâmica.
O que eu acho engraçado é que o brasileiro que estava aqui e veio vivendo isso talvez não teve essa sensação de grande mudança. Para mim, que fiquei 25 anos fora, noto muitas mudanças interessantes e que representam oportunidades tremendas.

Ciclos
O mercado de automóveis teve quatro ciclos. Primeiro, as quatro tradicionais: Volks, GM, Ford e Fiat. Aí você viveu um tempo protecionista que durou até o começo dos anos 1990, quando, com a abertura das importações, começou a segunda onda, a dos franceses e dos japoneses. Aí o setor começou a ter as importadoras, mas é importante que os fabricantes tenham passado a vir. Depois tem a terceira onda, quando entram os asiáticos e sul-coreanos. Somos a quarta onda, que são os segmentos premium que se instalam no Brasil.

Aposta no Brasil
A BMW produz para as classes A e B e a plataforma de abastecimento delas é a classe C emergente, cada vez mais forte. Esse escalonamento de classes é importante, e quando a gente vê condições, a gente investe. Começamos antes no Brasil do que no México. A indústria automotiva costuma investir no México.
O brasileiro fala muito menos euforicamente do Brasil do que se fala lá fora. É muito eufórico ou muito pessimista. A mudança de estado de espírito ocorre muito rapidamente aqui.

Amadurecimento
O país tem três desafios muito claros: infraestrutura, burocracia e segurança. São três áreas onde eu não vi nenhuma melhora. Pelo contrário, vi piora. Precisamos de alguém com coragem para fazer com que isso aconteça. Precisamos fazer andar o que estão falando. É uma expressão americana: "Walk the talk".
O mercado [automotivo] tem muita oferta, mas tem que amadurecer em outras coisas. Por exemplo: tipo de compra, seguros, serviços de manutenção e financiamento; os financiamentos são muito básicos.


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