Folha de S.Paulo

Empresa deve comparar lucro e aplicações

DE SÃO PAULO

Sabendo qual o potencial de lucro que uma empresa pode ter, o empreendedor deve comparar o retorno financeiro previsto com outras opções de aplicação financeira.

Para isso, ele deve observar quais as taxas de retorno de cada uma delas, ou seja, qual a expectativa de ganho sobre o investimento inicial em determinado prazo.

Cynthia Serva, professora da instituto de ensino Insper, diz que, apesar de a questão ser mais observada por investidores do que por empresários que vão gerenciar a operação, esses indicadores ajudam a perceber se abrir a empresa realmente vale a pena.

A informação será importante também em momentos como a busca de sócios para financiar o crescimento da empresa, explica.

Além disso, é necessário que se leve em consideração os riscos de cada investimento, afirma o consultor do Sebrae-SP Luiz Lobrigatti: em que tipo de mercado se está entrando e qual o nível de concorrência do setor.

RESERVA

Ter dinheiro guardado também é necessário para quem decide começar o negócio. Os recursos servem para pagar contas pessoais enquanto o lucro não chega.

Esse tempo fica, em média, em 18 meses, segundo o consultor do Sebrae.

Além disso, é necessário que o empresário separe dinheiro em uma conta bancária específica para a empresa logo ao iniciar o negócio.

O objetivo é que esses recursos sejam usados como capital de giro, para a compra de mais produtos e pagamento de funcionários, por exemplo.

Caso contrário, ele corre o risco de misturar suas contas pessoais com as da empresa, o que diminui as chances de sobrevivência do negócio, pois leva à perda do controle financeiro, diz.

Outro ponto a ser considerado são as oportunidades na carreira das quais a pessoa abre mão para criar uma empresa. E também eventuais mudanças no padrão de vida da pessoa que a mudança implica enquanto o negócio está começando, diz Serva.

"Isso não é uma decisão simples e fica mais complexa conforme o tempo passa e as responsabilidades aumentam", afirma a professora do Insper.

"Orientamos que, além da reserva pessoal, o empreendedor tenha também o apoio da família."