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Tratamento caótico piora insegurança hídrica

Falta de planejamento estratégico está na base da crise de água

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Aumentar a quantidade de água para uso humano sem explorar nenhuma nova represa ou rio. O desafio, escancarado pela atual crise hídrica que São Paulo vive, precisa ser enfrentado nos próximos anos, segundo debatedores presentes no Fórum de Sustentabilidade da Folha, na segunda-feira (2), no MIS (Museu da Imagem e do Som).

A lista de soluções tem várias opções, diz Stela Goldenstein, diretora-executiva da ONG Associação Águas Claras do Rio Pinheiros.

"Em vez de mais represas, novas captações, precisamos de uma gestão sustentável dos recursos hídricos", explica a especialista, também ex-secretária de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Para Stela, o foco deveria recair sobre o reúso da água e o uso equilibrado das águas subterrâneas. "Não podemos, por exemplo, lavar mais as ruas com água potável", afirma a especialista.

O planejamento estratégico de recursos hídricos, no contexto de mudanças climáticas --no futuro, deve chover menos, mas de forma mais concentrada em São Paulo--, é essencial, defende José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia, em São Carlos (a 232 km de São Paulo).

IMPACTO ECONÔMICO

Para Tundisi, sem uma percepção integrada do problema, a falta de água gerará impacto econômico relevante em um Estado como São Paulo. "Nós somos o maior produtor de suco de laranja do mundo, setor que depende muito da água."

O pesquisador vai além das soluções apresentadas por Stela. "A preservação dos mananciais também é fundamental, não apenas para o abastecimento público, mas para a preservação da biodiversidade", afirma.

Cálculos mostrados por ele revelam que o tratamento da água de um manancial rodeado por mata --diferentemente do que ocorre na Guarapiranga, por exemplo-- custa aproximadamente um décimo do que o de represas com o entorno degradado.

Tanto para Stela como para Tundisi, seja na atual crise hídrica por que São Paulo passa, seja para o futuro, as tarifas precisam ser revistas. Ambos afirmaram ser a favor da multa para quem usar a água de forma indevida.

Outro problema a ser solucionado são os vazamentos, ainda altos no Brasil.

"Se uma empresa de saneamento perde 50%, significa que tem de produzir o dobro de água para distribuir o volume que vende aos consumidores", ressalta Vicente Andreu Guillo, diretor-presidente da ANA (Agência Ambiental de Águas), também no seminário.


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