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Rio Grande do Sul

Em alta, Não-Me-Toque importa trabalhador

Referência nacional em agricultura de precisão, município cresceu após parceria entre universidade e empresas

DANIEL CASSOL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Não-Me-Toque, no interior do Rio Grande do Sul, tem apenas 16 mil habitantes, mas suas exportações totais atingiram R$ 57 milhões no ano passado.

O motivo para isso é a chamada agricultura de precisão, sistema tecnológico de gerenciamento de lavouras que foi desenvolvido na região após uma parceria de sucesso entre universidade pública e empresas privadas.

O município acabou se tornando capital nacional no assunto, nove anos depois que as primeiras iniciativas no setor começaram por lá em 2000. Hoje recebe um congresso sul-americano a cada dois anos, desde 2011

No início, a união da Universidade Federal de Santa Maria a algumas empresas fez nascer o primeiro DGPS agrícola 100% nacional --uma espécie de GPS mais preciso.

Desde então, o projeto Aquarius continua pesquisando novas tecnologias e buscando aperfeiçoar ferramentas já desenvolvidas.

"O projeto resolveu o problema da falta de informação, o principal fator limitante das produtividades nas propriedades agrícolas", afirma Rafael Magni, coordenador de fazendas da Stara.

A empresa foi a responsável por desenvolver o aparelho e aproveitou o campo ainda inexplorado para crescer.

Atualmente, na Stara, há 2.300 pessoas empregadas --divididas entre a matriz, em Não-Me-Toque, e a filial em Carazinho. Outros 250 funcionários trabalham numa unidade sócia em Santa Rosa.

Em 2013, o faturamento do negócio ficou em torno de R$ 1 bilhão. A Stara exporta para mais de 35 países, com destaque para o leste europeu, África e América do Sul.

O crescimento da Stara e das demais empresas metalmecânicas mudaram a característica do município.

"Antigamente nossa matriz tributária era praticamente agrícola. Hoje, o predomínio é das indústrias de implementos agrícolas", explica Maria Margarete Lauxen, secretária de Desenvolvimento.

A indústria responde por 71,5% da arrecadação de Não-Me-Toque, enquanto a agricultura apenas por 15,7%.

"Praticamente não temos desemprego. Só não trabalha quem não quer", resume. Mas essa larga oferta esbarra num problema.

QUALIFICAÇÃO

Um dos maiores desafios para Não-Me-Toque é qualificar trabalhadores.

A falta de mão de obra na cidade para abastecer a indústria metalmecânica obriga empresas como a Stara a ter de importar funcionários.

Prestes a ser extinto, um curso técnico tentava preencher a lacuna da qualificação.

Mas, segundo a diretora do Instituto Federal Farroupilha, Ana Rita Kraemer da Fontoura, a instituição se articula para criar um centro de referência onde haverá especialização na área.


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