Eleições 2014
Aécio compara apoio a alianças do avô
Tucano diz que ele e Marina se unem para encerrar ciclo do PT assim como Tancredo reuniu forças para vencer regime militar
Em pronunciamento, presidenciável afirma que aliança é momento 'mais importante' de sua caminhada
Em seu primeiro ato público ao lado da ex-senadora Marina Silva (PSB), o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, comparou a aliança que fez com a pessebista no segundo turno das eleições à que elegeu seu avô Tancredo Neves, em 1985.
Durante pronunciamento nesta sexta-feira (17), em São Paulo, o tucano disse que assim como Tancredo reuniu "forças políticas que atuavam em campos distintos" para derrotar a ditadura militar, hoje ele e Marina se unem para encerrar o ciclo do PT.
"Infelizmente o destino não permitiu que meu avô assumisse a Presidência da República, mas sua obra foi construída (...) Hoje, nós temos outro desafio, que não é menor do que aquele: encerrar este ciclo de governo que aí está, que perdeu as condições de governar o Brasil."
O presidenciável classificou a aliança como "um momento histórico" da política e "o mais importante de sua caminhada" até aqui.
A ex-senadora, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto, enalteceu a união em nome da "mudança". "Algo maior do que nós só pode ser feito por todos nós. Tem que ter a humildade de entender que algo grandioso não se faz por um grupo, partido ou uma pessoa."
Marina voltou a comparar o tucano ao ex-presidente Lula, afirmando que a carta emitida por Aécio com compromissos com os programas sociais e a agenda da sustentabilidade representa, neste momento, o mesmo que a chamada "carta ao povo brasileiro" feita pelo petista na disputa presidencial de 2002.
A pessebista também criticou o "vale-tudo" da campanha de Dilma Rousseff (PT). Sem citar a presidente, afirmou que Aécio "se Deus quiser e o povo brasileiro, haverá de ganhar ganhando".
Imagens do encontro serão usadas na TV pelo tucano. Segundo aliados, não há outro evento marcado, mas Marina disse estar à disposição.
Marina teve 22,17 milhões de votos. Na primeira pesquisa Datafolha após a definição de que Aécio e Dilma disputariam o segundo turno, 13% dos eleitores responderam que o voto da derrotada os faria "não votar" no candidato indicado por ela. Em uma semana, a taxa subiu para 23%.