Andréa Neves reclama de ataques
Irmã de candidato diz que família tem sido vítima de 'massacre' e que campanha do PT é feita 'com base em mentiras'
'Com mulher não pode ser assim', disse Dilma em entrevista em SP sobre o comportamento de Aécio nos debates
A jornalista Andréa Neves, irmã do presidenciável Aécio Neves (PSDB), rebateu no domingo (19) os ataques do PT à família do candidato. Ela disse que os parentes do tucano foram citados nos debates "com base em mentiras".
"O grande esforço é separar a pessoa física da jurídica, que virou um instrumento dessa luta política absolutamente covarde e desleal. O que impressiona a todos é o absoluto descompromisso com a verdade", disse Andrea, em entrevista a jornalistas, antes de uma caminhada de Aécio na praia de Copacabana, zona sul do Rio.
O candidato tucano foi acusado pela presidente Dilma Rousseff de nepotismo, por empregar a irmã durante seu governo em Minas Gerais (2003-10), quando Andrea chefiou o serviço de ação social do Estado, e por ter dado trabalho a primos e a um tio.
Nos anos em que Aécio governou Minas Gerais, Andrea também cuidou pessoalmente da imagem do irmão e de sua administração, assumindo o comando da área de comunicação em um grupo criado para mediar as relações com a imprensa.
O tucano afirma que ela fazia trabalho voluntário, sem ser paga com recurso público.
Ao dizer que as pessoas mais próximas do candidato devem se manter "firmes" diante dos ataques, Andrea se emocionou.
"O que cabe a cada um de nós, que está mais perto do Aécio, é manter o coração mais firme e confiar no bom senso das pessoas. Essa campanha com tanta mentira, tanta infâmia que está sendo oficialmente patrocinada pelo PT vai acabar servindo para alertar a população brasileira sobre o que está por trás de tudo isso."
Andrea defendeu a referência feita por Aécio no debate da última quinta-feira (16) ao irmão de Dilma, Igor Rousseff, que ocupou um cargo na Prefeitura de Belo Horizonte, durante gestão petista. "O que ele fez foi reagir a um massacre contra a nossa família com dados incorretos", disse ela.
Cerca de 5.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, acompanharam o candidato tucano em sua carreta na orla de Copacabana na manhã do domingo (19).
Aécio, que venceu nas cinco zonas eleitorais do bairro no primeiro turno, desfilou num jipe ao lado da mulher, Letícia Weber, do ex-jogador Ronaldo Nazário, do senador eleito José Serra e do presidente do PPS, Roberto Freire.
Compareceram também deputados do PMDB que defendem a candidatura do tucano, entre eles Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, além dos atores Milton Gonçalves, Ney Latorraca e Maitê Proença.
Diferentemente da agressividade verificada nas redes sociais pelos simpatizantes das duas candidaturas à presidência, o ato em Copacabana ocorreu de forma pacífica. Um grupo de militantes petistas tentou seguir a carreata de Aécio, mas foi vaiado pelos partidários do tucano.
Em entrevista em São Paulo, Dilma afirmou que o comportamento de seu adversário no debate da última quinta, quando Aécio a chamou de "leviana", foi igual ao que o candidato tucano teve com Luciana Genro (PSOL) no debate da Rede Globo, no primeiro turno.
"É uma acusação grave para a mulher, tem de aprender a respeitar as mulheres. Com mulher não pode ser assim. Nós não fazemos isso", completou Dilma. (ITALO NOGUEIRA e SAMANTHA LIMA)